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A exportação do setor de carnes de Santa Catarina rendeu mais de US$ 1,69 bilhão nos cinco primeiros meses deste ano, um aumento de 18,5% em relação ao mesmo período do ano passado. De janeiro a maio de 2023, foram exportadas 749,2 mil toneladas de carne, um crescimento de 10,4% em comparação com o ano anterior. Os dados foram divulgados pelo Ministério da Economia e analisados pelo Centro de Socioeconomia e Planejamento Agrícola (Epagri/Cepa).
Em maio, Santa Catarina exportou 149,1 mil toneladas de carnes, incluindo frangos, suínos, perus, patos, marrecos e bovinos, o que representa um aumento de 10,4% em comparação ao mesmo mês do ano passado. As receitas atingiram US$ 351,3 milhões, um crescimento de 3,8% em relação a abril e de 10,8% quando comparado com maio de 2022.
Para Fernando Iglesias, analista da Safras & Mercado e especialista no setor de carnes, as aves e suínos são os maiores destaques de Santa Catarina E por isso, já era esperado um bom resultado nas exportações. “A suinocultura, a avicultura catarinense são extremamente desenvolvidas. Na suinocultura, Santa Catarina é o principal produtor do Brasil e é um grande exportador de carne suína. Então é natural que consiga uma grande receita de exportação. O mesmo é válido em relação à avicultura: Santa Catarina é o segundo exportador de carne de frango do Brasil”, explica.
Segundo analista de socioeconomia e desenvolvimento rural do Epagri/Cepa, Alexandre Giehl, embora a produção animal seja extremamente importante para Santa Catarina, houve uma pequena queda na participação no valor da produção agropecuária (VPA) total do Estado. Em 2021, a produção era de 60,4% e caiu para 58,6% em 2022. "Essa queda deve-se principalmente a dois fatores. Em primeiro lugar, a redução no valor da produção de suínos, que teve uma queda de 3,1% entre 21 e 22, decorrente da queda no preço médio do suíno vivo nesse período. E em segundo lugar ao aumento no valor da produção das lavouras decorrente, principalmente na melhoria do preço pago pelos grãos no ano passado."
Para Fernando Iglesias, o maior desafio para Santa Catarina seria a abertura de novos mercados e buscar alternativas para diversificar as vendas e conseguir um mercado ainda melhor em relação às exportações.
De acordo com Giehl, para 2023, a expectativa é de haja um aumento na produção dos principais produtos da pecuária catarinense: suínos, frango e leite. Entretanto, o resultado final do VPA dependerá do comportamento dos preços, que seguem pressionados e devem apresentar alguns movimentos de baixa no segundo semestre.
Já Iglesias aponta nos próximos anos Santa Catarina deve manter uma alta produção dessas proteínas e uma capacidade de faturamento. Ele também informa que apesar do real estar desvalorizado, ainda é um ótimo negócio.
A carne de frango (in natura e industrializada) de Santa Catarina atingiu uma importação de 88,3 mil toneladas em maio de 2023, uma alta de 1,5% em relação ao mês anterior e de 8,2% na comparação com maio de 2022. O estado foi responsável por 23,4% das receitas geradas pelas exportações brasileiras de carne de frango nos cinco primeiros meses do ano.
Em maio, a exportação de carne suína (in natura, industrializada e miúdos) de Santa Catarina alcançou 54,0 mil toneladas, um aumento de 16,1% em comparação com maio de 2022. As receitas atingiram US$ 139,5 milhões, alta de 24,1% em relação ao mesmo mês do ano passado.
No período de janeiro a maio, Santa Catarina exportou 260,7 mil toneladas de carne suína, gerando receitas de US$ 643,6 milhões. Esses números representam um crescimento de 14,0% e 27,0%, respectivamente, em comparação ao mesmo período do ano anterior. O estado ainda foi responsável por 55,1% da quantidade e 56,5% das receitas das exportações brasileiras de carne suína deste ano.
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