LOC.: Em 2024, o Brasil já registrou mais de 2 milhões e seiscentos mil casos prováveis de dengue e cerca de mil mortes decorrentes da doença. A região Sudeste registrou o maior número de casos prováveis, seguida pelo Sul, Centro-Oeste, Nordeste e Norte. As informações são do Painel de Monitoramento das Arboviroses, do Ministério da Saúde.
Segundo a pasta, a dengue é uma doença transmitida pelo mosquito Aedes aegypti. Embora todas as idades estejam vulneráveis à doença, os idosos e aqueles com condições crônicas, como diabetes e hipertensão arterial, enfrentam um maior risco de desenvolver casos graves.
O doutor em ciências médicas Milton Júnior explica que uma das grandes complicações da dengue é o grande consumo de plaquetas, podendo levar o paciente a evoluir para dengue grave.
TEC./SONORA: Milton Júnior, professor dos cursos de medicina e biomedicina do Centro Universitário de Brasília (Ceub) e doutor em ciências médicas
“A transfusão de plaquetas se torna uma demanda importante, dentro da dengue, justamente para evitar que o quadro do paciente piore já tendo uma dengue grave, quando ele tem uma quantidade de plaquetas muito baixa. Por isso é importante a doação de plaquetas hoje, para uma situação de emergência, de precisar uma transfusão de plaquetas em uma dengue grave, dengue hemorrágica. Você tem essas bolsas de concentrado de plaquetas à disposição.”
LOC.: Júnior destaca que a doação de plaquetas segue critérios específicos .Por exemplo, no Hemocentro de Brasília a doação acontece por aférese. Ou seja, os componentes do sangue vão ser separados utilizando um equipamento automatizado. Ele explica que a doação é restrita a homens com tipo sanguíneo A+ ou O+, o doador deve ter entre 18 e 55 anos, pesar mais de 60 quilos, dormir pelo menos 6 horas — entre outros.
A autônoma Ellen Paula Ferreira, de 24 anos, é moradora de Ceilândia, na região administrativa do Distrito Federal. Ela relembra que pegou dengue na última semana de março. E conta como foi sua difícil recuperação.
TEC./SONORA: Ellen Paula Ferreira, de 24 anos, é autônoma e moradora de Ceilândia, região administrativa do Distrito Federal
“Meus sintomas foram dor de cabeça, enjoo, muita náusea, sempre cansada, dor atrás dos olhos e aquelas pintinhas vermelhas aparecendo, principalmente no meu rosto, falta de apetite e vontade de ficar apenas deitada.”
LOC.: Ela afirma que quando os primeiros sintomas apareceram, ela foi até um posto de saúde para confirmar a doença. A dengue não evoluiu para a forma mais grave, não sendo necessária a transfusão de plaquetas.
Reportagem, Nathália Guimarães