ECONOMIA: Resultado da inflação de 2016 é surpreendente, diz economista

SalvarSalvar imagem
SalvarSalvar imagem

REPÓRTER: A inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo, o IPCA, acumulou alta de 6,29 por cento em 2016 e ficou dentro do teto da meta determinado para o ano, de 6,5 por cento. As informações foram divulgadas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, o IBGE, na quarta-feira (11).
 
Todos os anos, o governo determina uma meta para a inflação do Brasil. O objetivo é não deixar que os preços fiquem muito altos e nem muito baixos e, dessa forma, garantir que o mercado confie na economia. O economista João Bosco Ferraz, que é presidente do Conselho Regional de Economia da Paraíba (Corecon-PB), explica os fatores que influenciaram a inflação de 2016.
 
SONORA: João Bosco Ferraz, presidente do Conselho Regional de Economia da Paraíba
“As pessoas têm que compreender que, às vezes, a inflação não é medida apenas em termos de aspectos positivos. A própria recessão também provoca uma retração no mercado e isso faz com os preços também caiam. Então existe esse aspecto negativo que é o da recessão. Mas existe também o aspecto que o próprio mercado, no sentido de se impulsionar, procurou manter os preços e segurar os preços. Esse conjunto de fatores levou a esse resultado que é de certa forma surpreendente”.
 
REPÓRTER: Na passagem de novembro para dezembro, o IPCA teve alta de 0,30 por cento. Mesmo assim, o índice é o mais baixo para o mês desde 2008.
 
A inflação acontece quando há um aumento persistente e generalizado no nível de preços. É possível perceber isso quando os produtos ficam mais caros nos supermercados, restaurantes e comércios. Em 2015, a inflação avançou 10,67 por cento e ficou bem acima dos 6,29 por cento registrados no final do ano passado.  Desde que a recessão começou no Brasil, alguns comerciantes se viram obrigados a abaixar os preços para não perder clientes. Estafani Viana, que trabalha há três anos em uma ótica em Brasília, explica que a loja teve que diminuir os preços para que as vendas não caíssem.
 
SONORA: Estefani Viana, vendedora
“Para ser sincera, nós não fizemos promoção não. Sempre trabalhando na média de preço de sempre, mas sempre com melhor preço. No geral baixou já tem um tempo. Por causa da crise nas vendas a gente não está conseguindo vender bem para baixar [os preços]. A gente está vendendo na média mesmo”.
 
REPÓRTER: De acordo com IBGE, a alta no preço dos alimentos foi a principal responsável para que a inflação não diminuísse ainda mais em 2016. O grupo apresentou uma aceleração de 8,62 por cento no ano passado, depois de ter aumentado 12 por cento em 2015.
 
Reportagem, Bruna Goularte

 

 

Receba nossos conteúdos em primeira mão.