Data de publicação: 02 de Abril de 2022, 03:25h
LOC.: Dois de abril é reservado para o Dia Mundial do Autismo. A ideia é conscientizar a sociedade sobre o tema e combater o preconceito contra essas pessoas, que não possuem uma doença e, sim, um transtorno do neurodesenvolvimento que prejudica a comunicação verbal e não verbal do paciente.
Tanto os pais de crianças com Transtorno do Espectro Autista, o TEA, quanto os profissionais especializados no tema são taxativos: quanto mais a sociedade souber sobre o assunto, melhor.
Tainá Andrade Paiva, mãe de Daniel, 9 anos, percebeu que o filho apresentava comportamentos suspeitos entre o quarto e sétimo mês de vida, mas só recebeu o diagnóstico de autismo quando ele tinha cinco anos. Ela acredita que a sociedade precisa se informar melhor sobre o tema.
TEC. SONORA: Tainá Andrade Paiva
“Quanto mais a gente falar sobre isso, mais conhecido vai ser e deixa de ser um tabu para muitas pessoas. Hoje, infelizmente, para os dois lados, tanto para os pais que têm crianças com autismo, muitas vezes não aceitam e acabam muitas vezes escondendo, porque o filho dá trabalho, não sai de casa. E da mesma forma para a sociedade entender que isso está cada vez mais normal, cada vez mais comum. Quanto menos preconceito, quanto mais se falar disso, mais fácil para as crianças evoluírem”
LOC.: Como o TEA não é identificado por exames, muitas vezes o diagnóstico é difícil e demorado. Pode ser necessária uma equipe multidisciplinar para identificar o transtorno, com neurologistas, psiquiatras, psicólogos e fonoaudiólogos. Mas pais, professores e responsáveis podem ficar atentos aos sinais característicos dessa condição, como pouco contato visual, menor interação com outras crianças, não atender chamados e atraso na fala.
Segundo Rita Tiagor Campos, neuropediatra do Instituto Jô Clemente, além desses fatores os pais e responsáveis devem observar comportamentos sensoriais incomuns na criança.
TEC. SONORA: Rita Tiagor Campos, neuropediatra
“A criança altista muitas vezes tem uma dificuldade sensorial. Ela se incomoda excessivamente com barulho, ela não tolera muito o toque, seleciona os alimentos com base no cheiro, com base na textura, e isso acaba dificultando ainda mais a interação. No caso de a criança apresentar esses sinais, vale a pena conversar com um pediatra, buscar uma avaliação para que a gente possa avaliar se isso está causando transtorno do espectro autista”
LOC.: Os pais que identificarem um ou mais sinais característicos dessa condição devem procurar atendimento. E como não há medicação para o TEA, quanto mais cedo o diagnóstico, melhores são as chances da criança conseguir um maior desenvolvimento por meio de terapias.
Reportagem, Luciano Marques