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Cooperativismo pretende movimentar R$ 1 tri em 5 anos

O desafio foi proposto pelo presidente do Sistema OCB, Márcio Lopes de Freitas, que prevê também crescimento para 30 milhões de cooperados até 2027

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Movimentar 1 trilhão em Prosperidade. Ou seja, R$ 1 trilhão de reais em faturamento que se transforma em renda, trabalho, sustentabilidade e produtividade, em um prazo de 5 anos. O desafio, proposto pelo presidente do Sistema OCB (Organização das Cooperativas do Brasil), Márcio Lopes de Freitas, prevê esse crescimento a partir da capacidade de promover transformação social do modelo de negócios cooperativista. A fala do presidente se alinha com os últimos feitos que fortalecem o setor, como a promulgação da Lei Complementar 196/22, que impulsiona o crescimento do cooperativismo de crédito no país por meio de mudanças em conceitos, estrutura e processos. Segundo Freitas, o desafio será cumprido com a ajuda dos cooperados, que também devem chegar a marca de 30 milhões até 2027.

Para o presidente, o desafio vem em um momento importante, quando é preciso parar e refletir sobre o que tem sido feito e o que se espera realizar a longo prazo. “Precisamos começar a criar métricas, a ter objetivos e metas bem estabelecidas. Se não pensarmos lá na frente, no futuro, a gente não consegue chegar lá”, justifica. No entanto, para ele, alcançar a meta de R$ 1 tri faz parte da trajetória. Dados do Sistema OCB mostram que, em 2021, as cooperativas movimentaram quase R$ 525 bilhões. “Em um cenário arrojado chegaríamos nesta meta logo em 2024, mas como somos pé no chão, no formato moderado, até 2027 alcançaremos a meta”, pondera.

O otimismo tem explicação. Segundo Márcio Lopes de Freitas, conquistas como a da promulgação do novo marco do cooperativismo (leia mais) provam que o setor saiu do papel de coadjuvante. “Cada centavo gerado dentro de uma cooperativa se transforma em qualidade de vida na comunidade onde as cooperativas estão inseridas. Então, vamos gerar 1 trilhão de novas oportunidades para o povo brasileiro, especialmente aos cooperados, em forma de trabalho, de renda, de programas de inovação, cursos, projetos sociais, ações de sustentabilidade e investimentos diretos na melhoria das comunidades em que atuamos. Chegou a hora de mostrar que o nosso jeito de fazer negócio gera resultados muito expressivos”, afirma.

Estratégia de unificação

O Sistema OCB pretende apoiar o crescimento por meio de suas Unidades Estaduais, com estratégia unificada entre as cooperativas e cooperados, e com diretrizes capazes de balizar o desenvolvimento do movimento de maneira integrada, respeitando a diversidade de cada cooperativa. Uma das primeiras unidades a se movimentar nesse sentido foi a do Rio Grande do Sul. O Sistema Ocergs apresentou o desafio de alcançar R$ 150 bilhões de faturamento. Chamado de Plano Gaúcho de Cooperativismo RSCOOP150, o movimento pretende atingir também a meta de 4 milhões de associados até 2028, considerando seus segmentos de negócios com visão de curto, médio e longo prazo. 

O impacto desse crescimento poderá ser visto, segundo previsões do RSCOOP150, no surgimento de 100 mil empregos diretos, na realização de R$ 300 milhões de investimentos em capacitação e R$ 7,5 bilhões de sobras líquidas por ano. Conheça mais sobre o plano gaúcho aqui.                

Segundo o  superintendente executivo de Assuntos Regulatórios do Sicredi (Sistema de Crédito Cooperativo), Clairton Walter, o desafio se torna possível também a partir de novas oportunidades de negócio para o cooperativismo de crédito. “Isso só reforça as ações sociais que as cooperativas já desenvolvem na comunidade. Somente em 2021, no Sicredi, foram destinados mais de R$ 120 milhões de reais em ações de benefício social”, reforça Walter.

Resultado na ponta

A expectativa em girar a economia por meio do cooperativismo nos próximos 5 anos é um ânimo a mais na ponta desse sistema, junto aos cooperados, que também já preveem ainda mais prosperidade.  Cleusimar Andrade, presidente da Central Rede Alternativa das Cooperativas de Trabalho de Catadores do Distrito Federal e Ride-DF, conta que foi por meio das cooperativas de crédito que os catadores puderam sair da informalidade. Hoje, segundo Cleusimar, 22 cooperativas estão com contratos ativos junto ao Governo do DF. 

“Por meio do sistema [cooperativista] a gente pode ter crédito, cartão de crédito, comprar caminhão novo financiado pelas operadoras de crédito, foi um salto de qualidade muito grande, a gente ter conhecido e estar, hoje, fazendo parte desse sistema que reconhecemos que foi um grande passo para sermos o que somos hoje na sociedade brasileira”, pontua.

A Cooperativa dos Apicultores e Agricultores Familiares do Norte de Minas (Coopemapi), localizada em Bocaiúva (MG), conta com 300 cooperados, que atendem cerca de 25 municípios. Segundo Luciano Fernandes, presidente da Coopemapi, não faltará suporte para alcançar o desafio proposto. 

A região passará, inclusive, de 46 para 55 produtores orgânicos, apicultores que atenderão, entre outros mercados, o europeu. “Hoje, a nossa cooperativa tem inspeção e, se não fosse a cooperativa, os cooperados não teriam condições de comercializar o mel e atender o mercado mundial. O cooperativismo nos proporcionou isso”, comemora.

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