Reprodução: SomosCoop na Estrada/ Sistema OCB
Reprodução: SomosCoop na Estrada/ Sistema OCB

COOPERATIVISMO NA SAÚDE: Com mais de 700 cooperativas, ramo registra 318 mil cooperados

As cooperativas de saúde estão em 85% do território brasileiro e já atenderam mais de 20 milhões de pessoas. Na Bahia, são 59 cooperativas do ramo ativas, com 31 mil cooperados e 1,1 mil empregados

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O cooperativismo de saúde brasileiro é o maior do mundo, segundo o Sistema OCB. Com 767 cooperativas e mais de 318 mil cooperados espalhados pelo país, o Ramo Saúde se tornou referência para países que desejam avançar, a partir do modelo cooperativista.

Para o conselheiro diretor representante do Ramo Saúde no Sindicato e Organização das Cooperativas do Estado da Bahia - Oceb, Silvio Porto, as cooperativas conseguiram se destacar, ainda mais, durante o período de pandemia. “Realmente, as cooperativas deram um show, no sentido de encarar essa grande pandemia. Tivemos grandes exemplos em todo o Brasil de que o sistema cooperativo realmente é diferente, pois tem um olhar social muito intenso. A cooperativa não trabalha só por valores econômicos, tem princípios”, destaca.

Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a expectativa de vida dos brasileiros aumentou para, em média, 77 anos, em 2021. Silvio Porto, que também é médico, alerta que para esse número continuar crescendo, é necessário serviços de saúde de qualidade, mas também é preciso que os brasileiros se cuidem.

“Hábitos saudáveis, principalmente em relação a boa alimentação e a prática de exercício, é o que vão ditar a qualidade de vida. É importante viver muito, mas viver com boa qualidade. Existem fatores modificáveis e não modificados. Doenças que são hereditárias, que são congênitas, essas você não tem como modificar. Mas as outras doenças, como infarto do miocárdio, acidente vascular cerebral, diabetes, obesidade, são doenças que a gente pode modificar através de uma prevenção, uma prevenção primária”, explica.

E foi pensando no bem-estar dos trabalhadores brasileiros que a Unifisio, cooperativa de trabalho dos fisioterapeutas da Bahia, se consolidou na área. “É uma cooperativa que tem quase 30 anos de mercado. Começou apenas com assistência hospitalar e, a partir da sua ampliação, foram crescendo os serviços. E, desde 2009, também começou a fazer a fisioterapia empresarial, atendendo as organizações, tanto empresas, quanto cooperativas”, explica Sandra Cohim, diretora de Relações e Serviços da Unifisio.

Oferecendo recursos terapêuticos e orientações a nível educacional e vivencial relacionados à promoção da saúde e qualidade de vida no trabalho, a Unifisio conta com quase 350 cooperados que atuam nas diferentes áreas da fisioterapia na Região Metropolitana de Salvador e de cidades do interior do estado. Na visão de Sandra Cohim, promover a saúde dos trabalhadores é fundamental para o crescimento das empresas e, especialmente das cooperativas. “Cooperativas são organizações feitas por pessoas, com princípios e valores do cooperativismo. E essas pessoas precisam estar saudáveis para que a sua organização, o seu trabalho, o seu ambiente também sejam saudáveis”, ressalta.

Além da Unifisio, outra cooperativa de trabalho baiana consolidada na área da saúde é a Lifecoop, fundada em 2015, por enfermeiros e técnicos de enfermagem. Esses profissionais tinham o desejo de atuar de forma autônoma, onde pudessem negociar carga horária, remuneração e local de atuação. Desde então, a cooperativa cresceu e se especializou no segmento de Home Care. A diretora presidente, Carine Leal, destaca que a pandemia de Covid-19 foi um momento desafiador para os negócios. Ela conta que mesmo diante das dificuldades, a cooperativa conseguiu se manter firme.

“Durante a pandemia, vivemos um misto: 50% da sociedade decidiu não atuar no mercado de saúde. Em contrapartida, tivemos o aumento dos hospitais de campanha, que trouxe a oportunidade de trabalho temporário e muitos cooperados optaram por ofertar seus serviços a esse tipo de empreendimento. E tivemos o ingresso também de muitos novos cooperados, que enxergaram na cooperativa a oportunidade de ofertar seu trabalho, diante da demanda e dentro dos princípios e valores cooperativistas”, lembra.

Contando com 830 associados ativos, entre enfermeiros, técnicos de enfermagem, fisioterapeutas, fonoaudiólogos, psicólogos, e terapeutas ocupacionais, a Lifecoop conseguiu atender 1,4 mil famílias e seis instituições, como clínicas e hospitais, em 2021. De janeiro a novembro de 2022, mais de 1,9 mil famílias foram atendidas pelos profissionais da cooperativa.

Ao todo, 59 cooperativas de saúde estão ativas na Bahia. São 31 mil cooperados e 1,1 mil empregados no estado. Nacionalmente, as cooperativas do ramo estão presentes em 85% do território brasileiro e já atenderam mais de 20 milhões de pessoas.

“Nós temos cooperativas que trabalham como operadoras de planos de saúde, como a Unimed e a Uniodonto. E nós temos as cooperativas prestadoras de serviço, que são cooperativas que estão acopladas a essas operadoras ou não, e trabalham em clínicas e hospitais. Temos outras cooperativas de especialidades como de fisioterapia, de psicologia, de enfermagem”, conta Silvio Porto.

O Sistema Unimed é o maior exemplo de cooperativa médica no mundo, com 343 cooperativas atuando no Brasil, operando planos de saúde da marca e comercializando assistência médica com foco regional em várias cidades do país. A Unimed – BH, em Minas Gerais, tem se destacado e recebido diversas outras cooperativas para conhecer seu desenvolvimento e gestão, sendo, também, uma das 10 cooperativas visitadas pelo programa SomosCoop na Estrada, que é um programa do Sistema OCB onde mostra a importância do cooperativismo no Brasil.  

Atualmente no país, o Ramo Saúde do cooperativismo pode ser dividido nos segmentos: cooperativas médicas operadoras de planos de saúde, cooperativas odontológicas operadoras de planos de saúde, cooperativas de trabalho e especialidades médicas, prestadoras de serviço – médico e odontológico, cooperativas formadas por outros profissionais da saúde (fisioterapeutas, enfermeiros, psicólogos, nutricionistas, etc.). Vale destacar que as cooperativas operadoras de planos de saúde médicos, como a Unimed, representam mais de 39% do ramo. As informações são do Anuário do Cooperativismo 2022.

Ainda segundo o anuário, a "relevância do cooperativismo de saúde também é traduzida nos indicadores financeiros do setor. Em 2021, as cooperativas do ramo somaram R$ 53 bilhões em ativos, que representa um aumento de 9% em relação a 2020. Os ingressos, ou faturamento, foram de R$ 89 bilhões, 17% a mais. Além disso, o ramo também gerou 126 mil empregos, mostrando seu potencial de crescimento".

Para mais informações, sobre esse e outros ramos que compõem o cooperativismo, acesse somoscooperativismo-ba.coop.br e as redes sociais do Sistema Oceb.

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