CE: Rede de coleta de sangue do estado mantém mobilização para captar novos doadores e assegurar estoques em níveis seguros
O Hemoce manteve estoque sanguíneo controlado e até cedeu bolsas de sangue para estados, como São Paulo, Minas Gerais, Sergipe e Paraná, que estavam em situação de contingência.
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O Hemocentro do Ceará (Hemoce) registrou este ano um aumento de oito por cento no número de doações em relação ao primeiro semestre do ano passado, início da pandemia do coronavírus. Em 2021, de janeiro a junho, foram captadas 48.293 doações, contra 44.071 doações registradas no mesmo período em 2020. Com o incremento, a rede Hemoce retoma os níveis pré-pandemia, mas continua com a campanha de mobilização para atrair novos doadores de sangue e de medula óssea em todo o estado.
Mesmo durante a pandemia, o Hemoce manteve estoque sanguíneo controlado e até cedeu bolsas de sangue para estados, como São Paulo, Minas Gerais, Sergipe e Paraná, que estavam em situação de contingência. A rede Hemoce conta com seis hemocentros e duas unidades de coleta e recebe doações de todas as regiões do estado e abastece cerca de 480 unidades de saúde cearenses.
Além do Hemocentro Coordenador, localizado na capital, na Avenida José Bastos, número 3390, Rodolfo Teófilo, telefone (85) 3101-2296, a rede conta com outros cinco hemocentros regionais, situados nas cidades de Sobral, Iguatu, Quixadá, Crato e Juazeiro do Norte. Monitorado diariamente e em tempo real, o estoque do Hemoce tem o percentual de mais de 90% das doações espontâneas. Cerca de 48% são regulares com armazenamento dentro da margem de segurança com hemocomponentes disponíveis para até 10 dias de atendimento
Para manter a população mobilizada, a coordenação do Hemoce realiza campanhas frequentes com coleta itinerante em cidades que não contam com hemocentros ou unidades de coleta permanentes, como relata a diretora-geral, Luciana Carlos. “A gente visita os municípios do estado indo até lá com nossa unidade ou recebendo doadores de todos os municípios para que assim todos possam participar. Mesmo com os desafios da pandemia, tivemos uma resposta positiva da população ao chamado do Hemoce para doação voluntária".
Gesto nobre
Bruna Vasconcelos, 34 anos, é socióloga e analista de pesquisa de opinião e moradora da capital cearense. Ela doa sangue há quatro anos no Hemoce e adora repetir o ato. Ela teve Covid-19 e precisou esperar 30 dias do fim dos sintomas para agendar a doação novamente. “Há outras situações em que as pessoas precisam de sangue, independente de estarmos vivendo ou não uma pandemia. Não se deve ter medo de ir doar, pois estão com agendamento prévio. É importante termos essa periodicidade de doar sangue”, alerta.
A mobilização faz parte da campanha ‘Doe Sangue Regularmente - Com a Nossa União a Vida se Completa, do Ministério da Saúde. O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, reafirmou o compromisso do órgão em continuar incentivando a população brasileira a doar sangue. “Vamos aproveitar essa oportunidade para reafirmar não só as ações de enfrentamento à pandemia, mas também a necessidade contínua de cumprir o preceito constitucional da saúde como direito fundamental. O sangue, ao longo do tempo, simboliza a vida. E nesse sentido, é importante a doação regular de sangue. Doe sangue regularmente, com a nossa união, a vida se completa”, destaca o ministro.
A Coordenação-Geral de Sangue e Derivados do Ministério da Saúde explica que não há nenhum substituto para o sangue e que a doação é a responsável por garantir a reserva de sangue que será utilizada para diversos fins nas unidades de saúde. Pessoas com doenças crônicas, tais como a talassemia e a doença falciforme ou com determinados tipos de câncer, assim como aquelas que se submetem a transplantes e cirurgias de grande porte ou que se acidentam, necessitam de transfusão de sangue.
Critérios para doação de sangue e medula óssea
De acordo com a Coordenação-Geral de Sangue e Derivados do Ministério da Saúde, o procedimento para doação de sangue é simples. Primeiro se faz o cadastro, aferição de sinais vitais, teste de anemia, triagem clínica, coleta de sangue e depois o lanche. Isso tudo leva em média 40 minutos.
Vale lembrar que até mesmo quem foi infectado pelo coronavírus pode doar sangue e medula óssea. No entanto, é necessário aguardar 30 dias após completa recuperação da doença. Quem teve contato com pessoas infectadas também precisa esperar 14 dias para poder fazer a doação, apresentando RT-PCR negativo e ausência de sintomas. Já os vacinados, devem esperar o tempo de imunização que vai depender da marca do imunizante.
Para doar sangue é necessário ter entre 16 e 69 anos de idade e pesar no mínimo 50 quilos. Mulheres podem doar até três vezes ao ano com intervalo de 3 meses entre as doações. Já os homens podem doar até quatro, com intervalo de 2 meses entre as doações. A doação é voluntária e uma bolsa de apenas 450mL de sangue pode ajudar até quatro pessoas.
Candidatos a doação de medula óssea devem ter entre 18 e 35 anos, estar em bom estado de saúde e não apresentar doença infecciosa ou incapacitante. Segundo o Redome, algumas complicações de saúde não são impeditivas para doação, sendo analisado caso a caso.
Doar sangue e medula é seguro! Com a pandemia, todos os protocolos de contenção contra a Covid-19 estão sendo realizados. No dia da doação, será preciso apresentar documento de identificação com foto. Para saber onde doar sangue ou se cadastrar para doar medula óssea, acesse hemoce.ce.gov.br.