Data de publicação: 19 de Novembro de 2022, 04:30h, Atualizado em: 01 de Agosto de 2024, 19:34h
Um caso de gripe aviária detectado na Colômbia acendeu o alerta contra a doença no Brasil. O Ministério da Agricultura divulgou um comunicado aos produtores e à iniciativa privada sobre as medidas de prevenção, que vêm sendo reforçadas no país.
A gripe aviária nunca foi detectada em território nacional, ainda assim o Ministério reforça a responsabilidade de toda a cadeia produtiva da avicultura em manter a doença longe. Este ano, foram dadas novas orientações para vigilância e notificação de suspeitas de gripe aviária. A doença de Newcastle, que também não chegou ao Brasil, foi incluída no alerta.
Apesar disso, o chefe da Divisão de Sanidade de Aves do Ministério da Agricultura, Bruno Pessamilio, fala da importância de estar sempre atento, mesmo com a doença distante de nós.
“As ações de vigilância têm como principal objetivo a detecção precoce do vírus, com pronto atendimento de casos suspeitos que sejam notificados ao serviço veterinário oficial. E a rápida adoção de medidas sanitárias de contingência para o controle e a erradicação do foco.”
Pessamilio também destaca a necessidade da vigilância para identificar a circulação de vírus que estejam infectando as aves de forma assintomática, ou seja, sem causar doenças, lesões ou apresentar sinais clínicos. A “adoção de ações sanitárias de contingência para o controle e a erradicação desses vírus em aves comerciais é fundamental, pois esses vírus podem sofrer mutações que os transformem em vírus altamente patogênicos, capaz de causar grandes impactos socioeconômicos“, explica Pessamilio.
Perigos da gripe aviária
Os sintomas nas aves vão desde problemas respiratórios como tosse, espirro, coriza, fraqueza e pneumonia, até manifestações neurológicas como dificuldade de locomoção, edemas na crista, barbela, pernas, juntas e hemorragia nos músculos.
O caso de gripe aviária na Colômbia foi confirmado no início de outubro pela Organização Internacional de Saúde Animal. A área onde o foco foi localizado é distante da fronteira com o Brasil. No entanto, a cepa detectada foi a H5N1, considerada de alto risco de contágio.
Além do risco sanitário, que pode causar perdas na produção, a ocorrência de gripe aviária representa risco comercial para o país onde o foco da doença é identificado. No caso do Brasil, o fato de nunca ter registrado casos de influenza e ser considerado zona livre tem sido apresentado por representantes do setor como um diferencial competitivo para ganho de espaço no mercado internacional, como esclarece o pesquisador da Embrapa Suínos e Aves, Luizinho Caron.
“A gripe aviária sempre foi um risco, no mundo todo, mas ela é mais importante nos países da Ásia onde há grande quantidade de aves aquáticas selvagens que vivem com aves aquáticas domésticas e aves domésticas, principalmente galinhas e outras espécies. E também no norte da Europa e África e mais recentemente têm ocorrido muitos surtos também na América do Norte. A América do Sul tem sido privilegiada, não é que nunca aconteceram, aqui, mas eles são esporádicos e são contidos com alguma facilidade. Mesmo assim é importante mantermos a vigilância e aproveitarmos a oportunidade para redobrar os nossos cuidados com a biosseguridade.”