Banco de leite humano de Campina Grande (PB) perdeu quase 30% das doadoras de leite materno

Neste ano a coleta só deu para suprir a necessidade de 391 crianças

SalvarSalvar imagemTextoTexto para rádio

A exemplo do que ocorre em muitos municípios brasileiros, o número de doadoras de leite materno diminuiu no Banco de Leite Humano (BLH) Dr. Virgílio Brasileiro, em Campina Grande. Os dados da Rede Brasileira de Bancos de Leite Humano (rBLH) apontam que a unidade perdeu 27% das doadoras entre janeiro e abril deste ano na comparação com o mesmo período do ano passado. 

Por causa da queda nas doações, menos bebês prematuros e/ou de baixo peso que precisam do leite materno para se recuperarem mais rápido, receberam o alimento. Se nos quatro primeiros meses de 2019, a coleta foi suficiente para atender a 465 bebês, neste ano só deu para suprir a necessidade de 391 crianças. De acordo com as autoridades em saúde, o temor causado pela pandemia do novo coronavírus explica a triste situação. 

No entanto, o Ministério da Saúde garante que com os devidos cuidados de segurança, tanto das mães, quantos dos Bancos de Leite Humano, é possível reverter o quadro. O órgão afirma que, por ano, cerca de 330 mil crianças prematuras — muitas das quais não podem ser amamentadas pelas próprias mães — precisam da doação.  

Segundo Danielle Aparecida da Silva, coordenadora do Banco de Leite Humano (BLH) do Instituto Nacional de Saúde da Mulher, da Criança e do Adolescente (IFF/Fiocruz), qualquer mulher que esteja amamentando é uma possível doadora de leite materno. 

“Toda mulher que esteja amamentando e produzindo para além do que o seu filho consome, deve ser uma doadora de leite materno. Quando você enche um frasco, você coloca ali, nutrição, saúde e esperança. Doe leite materno, é seguro para você e para o bebê que recebe. Ajude um Banco de Leite Humano a salvar vidas.”

Moradora de Caruaru, em Pernambuco, Roseane Cristina doa leite materno há dois meses. Após ser afastada do trabalho por conta da pandemia do coronavírus, ela conta que conseguiu mais tempo para se dedicar à causa, principalmente por saber da necessidade de abastecimento dos estoques do Banco de Leite Humano. 

“Eu sei da importância que o leite materno tem na vida de um recém-nascido e, também, sei que os hospitais estão precisando. Como eu fui abençoada, tenho bastante, tanto para saciar a necessidade da minha filha e também estou ajudando na necessidade de outras crianças, principalmente nesse momento da Covid-19.”

O Banco de Leite Humano Dr. Virgílio Brasileiro pertence ao Instituto de Saúde Elpídio de Almeida (Isea). A unidade está localizada na Rua Vila Nova da Rainha, nº147, Centro. O Banco de Leite Humano funciona de segunda à sexta-feira, das 7h às 13h. A lactante pode doar presencialmente ou fazer o cadastro por telefone, o que garante a coleta domiciliar. Nesse caso, a equipe do banco vai até a doadora e recebe o pote de leite materno. O telefone para doar é o (83) 3310-6185. 

“Doe leite materno. Nessa corrente pela vida, cada gota faz a diferença”. Para mais informações, ligue 136 ou acesse o site saude.gov.br/doacaodeleite.

Receba nossos conteúdos em primeira mão.