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Bahia é o segundo estado mais violento do Brasil. É o que indica o Anuário Brasileiro de Segurança Pública 2023, estudo realizado pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP). Conforme o levantamento, a taxa de mortes violentas intencionais (MVI) no estado é de 47,1 por 100 mil habitantes, enquanto a média nacional é de 23,3 por 100 mil.
Na escala subnacional, o estado mais violento do país em 2022 foi o Amapá, com taxa de MVI de 50,6 por 100 mil habitantes, mais do que o dobro da média nacional. Na terceira posição, aparece o Amazonas, com taxa de 38,8 por 100 mil habitantes.
Ainda segundo o Anuário de Segurança Pública, a Bahia possui atualmente o maior número de cidades violentas do país. Dos 50 municípios elencados na lista, 12 estão na Bahia. São eles: Jequié, Santo Antônio de Jesus, Simões Filho, Camaçari, Feira de Santana, Juazeiro, Teixeira de Freitas, Salvador, Ilhéus, Luís Eduardo Magalhães, Eunápolis e Alagoinhas.
A Bahia também é o segundo pior estado na resolução de inquérito policial por homicídio, com apenas 17,24% de resoluções no ano de 2022. O estado fica atrás apenas do Rio de Janeiro que possui uma taxa de 11,8%. Os dados fazem parte do estudo realizado pela Associação dos Delegados de Polícia do Brasil (Adepol), a partir de dados das polícias civis e da Polícia Federal.
De acordo com dados do Instituto Fogo Cruzado — entidade que usa tecnologia para produzir e divulgar dados abertos e colaborativos sobre violência armada —, em agosto foram mapeados 186 tiroteios, que resultaram na morte de 163 pessoas e deixaram 45 feridas em Salvador e na região metropolitana. Do total de tiroteios, 64 deles ocorreram durante ações e operações policiais e 19 em meio a disputas entre grupos armados. Salvador e Camaçari foram os municípios com maiores números de violência armada.
Para o especialista em segurança pública e membro do Fórum Brasileiro de Segurança Pública Cássio Thyone esses números refletem o aumento de registros de ondas de violência que vem ocorrendo nas últimas semanas em regiões da capital baiana e em municípios do interior do estado.
“O estado da Bahia não tem feito a lição de casa, no que diz respeito a tratar a segurança pública com a prioridade e com as ações assertivas que a gente espera que o estado viesse a fazer. Os índices de criminalidade na Bahia estão realmente ruins. São vários índices não só de crimes letais, como homicídios. Tem a questão da letalidade da polícia também, feminicídio e outros — além também de crimes contra o patrimônio que têm crescido bastante no estado”, diz.
Segundo o especialista, além de implementar políticas públicas de segurança eficazes e a longo prazo, é necessário investir de forma mais inteligente os recursos.
“As medidas que podem ajudar a reverter essa situação passam necessariamente por questões como: implantação de políticas públicas de segurança, além disso a atuação, empregando inteligência buscando, por exemplo, combater as facções através de prisões de lideranças, trabalhos que possam minar a questão dos recursos financeiros dessas facções. A gente tem percebido também, por exemplo, que a polícia judiciária, a polícia civil tem passado por um sucateamento muito grande. Então falta investimento, em especial, nas forças policiais e a questão de se investir, mas se investir de uma forma mais inteligente”, explica.
Liderada pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP), a “Operação Paz” tem como objetivo combater as mortes violentas intencionais, agindo sobre os fatores que mais fomentam tais crimes, como o tráfico de drogas e a formação de organizações criminosas. A operação reúne 12 unidades federativas, dentre elas a Bahia.
Segundo a Secretaria de Segurança da Bahia, somente nesta segunda-feira (11), Dia "D do primeiro ciclo da Operação Paz, 20 pessoas foram presas em três municípios do estado. “Com reforço de policiais civis de outros lugares da Bahia, as equipes cumpriram mandados" de prisão e de busca e apreensão em Camaçari, Feira de Santana e Juazeiro”, informou a SSP-BA.
Além da Bahia, 11 estados estão mobilizados na operação através das polícias civis do: Amapá, Amazonas, Ceará, Goiás, Maranhão, Pará, Pernambuco, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Roraima e Tocantins.
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