Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Após queda de 60% das doações de sangue no início da pandemia, Roraima consegue estabilizar o estoque

Mesmo com o bom desempenho, Hemoraima reforça a importância da doação regular para a manutenção dos estoques


Apesar de ter registrado queda de 60% nas doações de sangue no início da pandemia, Roraima conseguiu se recuperar e está com bom estoque de bolsas de sangue para procedimentos transfusionais. A informação é do Centro de Hemoterapia e Hematologia de Roraima (Hemoraima). A gerente do Núcleo de Captação dos Doadores do Hemoraima, Dra. Juliane Uchoa, ressalta que a entidade continua monitorando a situação.

“Hoje o nosso estoque encontra-se estável, mas estamos atentos com as tipagens negativas, principalmente o O negativo que é um doador universal. A pandemia trouxe uma queda significativa nos números de captação de doadores, de aproximadamente 60% e isso para a gente foi muito ruim porque, mesmo em período de pandemia, os pacientes que realizavam o uso de transfusão não interromperam o tratamento”, explicou.

Para contornar a situação, o Centro de Hemoterapia e Hematologia de Roraima adotou estratégias de divulgação para mobilizar e captar mais doadores. O Hemoraima é o único hemocentro do estado e também responde como unidade exclusiva de coleta. Apesar da logística reduzida, a instituição, com sede em Boa Vista, capital do estado, atende todos os 15 municípios roraimenses.

“Às vezes quem mora em determinadas regiões não consegue chegar até a unidade para poder realizar o procedimento. Trabalhamos com campanhas de divulgação. Acreditamos que, quanto mais falarmos sobre este assunto, a população entenderá que a doação de sangue é um procedimento tranquilo e, além dela ser um ato de generosidade, nobreza, ajuda diretamente no tratamento de pacientes de uma série de doenças”, explicou.

Exemplo de solidariedade

A pandemia pode ter afastado muitos doadores, mas não conseguiu impedir Lauro Cavalcante de doar sangue. O morador da cidade de Boa Vista começou a doar aos 23 anos, após iniciar a faculdade de fisioterapia e entender a importância da doação. Hoje, aos 40 anos, Lauro é doador regular e se orgulha da decisão tomada na juventude.

“No primeiro ano de faculdade comecei a ter mais contato com a área de saúde, observando as condições graves que os pacientes se encontravam internados nas UTIs. Muitas vezes, a única saída é uma bolsa de sangue, uma chance de vida para aquela pessoa. Então, para quem tem medo de doar peço, percam esse medo. Você pode salvar uma vida”, afirmou.

FOTO: Lauro Cavalcante ao lado de suas colegas de profissão.

Importância da doação regular

A doação é voluntária e pode beneficiar milhares de pessoas, independente do parentesco. De acordo com o Ministério da Saúde, são realizadas três milhões de doações de sangue por ano na rede do Sistema Único de Saúde (SUS). O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, destaca a importância da doação regular.

“Vamos aproveitar essa oportunidade para reafirmar não só as ações de enfrentamento à pandemia, mas também a necessidade contínua de cumprir o preceito constitucional da saúde como direito fundamental. O sangue, ao longo do tempo, simboliza a vida. E nesse sentido, é importante a doação regular de sangue. Doe sangue regularmente, com a nossa união, a vida se completa.”

Onde doar sangue em Roraima

Roraima possui apenas um hemocentro, que também funciona como unidade de coleta e hemoterapia. Procure o Hemoraima e faça a sua doação de sangue e medula óssea. Agende a sua doação pelo WhatsApp, na Central de Atendimento ao Doador, no número (95) 9.8404-9593. O Hemoraima está localizado em Boa Vista, na Avenida Brigadeiro Eduardo Gomes, número 3418, próximo ao Hospital Geral de Roraima (HGR). Para saber mais informações, veja o mapa abaixo.

Critérios para doação de sangue e medula óssea

De acordo com a Coordenação-Geral de Sangue e Derivados do Ministério da Saúde, o procedimento para doação de sangue é simples. Primeiro se faz o cadastro, aferição de sinais vitais, teste de anemia, triagem clínica, coleta de sangue e depois o lanche. Isso tudo leva em média 40 minutos.

Vale lembrar que até mesmo quem foi infectado pelo coronavírus pode doar sangue e medula óssea. No entanto, é necessário aguardar 30 dias após completa recuperação da doença. Quem teve contato com pessoas infectadas também precisa esperar 14 dias para poder fazer a doação, apresentando RT-PCR negativo e ausência de sintomas. Já os vacinados, devem esperar o tempo de imunização que vai depender da marca do imunizante.

Para doar sangue é necessário ter entre 16 e 69 anos de idade e pesar no mínimo 50 quilos. Mulheres podem doar até três vezes ao ano com intervalo de 3 meses entre as doações. Já os homens podem doar até quatro, com intervalo de 2 meses entre as doações. A doação é voluntária e uma bolsa de apenas 450mL de sangue pode ajudar até quatro pessoas.

Candidatos a doação de medula óssea devem ter entre 18 e 35 anos, estar em bom estado de saúde e não apresentar doença infecciosa ou incapacitante. Segundo o Redome, algumas complicações de saúde não são impeditivas para doação, sendo analisado caso a caso.

Doar sangue e medula é seguro! Com a pandemia, todos os protocolos de contenção contra a Covid-19 estão sendo realizados. No dia da doação, será preciso apresentar documento de identificação com foto. Para saber mais sobre os critérios e restrições de sangue, acesse o portal do Hemoraima.

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LOC.: Apesar do aumento no número de doações de sangue no mês de julho, Sergipe está com baixo estoque de alguns tipos sanguíneos de RH negativo. Os estoques dos tipos O negativo e A negativo estão abaixo do nível de segurança. Em todo o período da pandemia, o Centro de Hemoterapia de Sergipe (Hemose) registrou redução nas doações de sangue e apela para o retorno dos doadores regulares e inscrição de novos doadores para retomar os níveis de segurança de seus estoques.

O Hemorse conta dois hemocentros na capital e um em Lagarto. O Hemocentro Coordenador, instalado no Centro Administrativo Governador Augusto Franco, Bairro Capucho, ao lado do Hospital de Urgência de Sergipe (Huse), em Aracaju, tem horário de funcionamento de segunda a sexta-feira, das 7h30 às 17h, e atende pelo telefone (79) 3225-8000. 

Também em Aracaju fica o Hemocentro Regional, conhecido como Posto Central, localizado na Rua Guilhermino Rezende, número 187, São José. O Posto Central tem horário de funcionamento de segunda a quinta-feira, de 7h às 17h, sexta-feira até 16h e sábado de 8h às 12h, e atende pelo telefone (79) 3302-7621.

A capital ainda conta com uma unidade exclusiva para coleta de sangue, localizado no Shopping Riomar, primeiro piso, vizinho à loja Renner. O posto tem horário de funcionamento de terça a quinta-feira, das 13h às 16h, e sexta-feira, das 10h às 16h e atende pelo watsapp (79) 99191-2977. 

Em Lagarto fica o Hemocentro Regional, Unidade José Dantas Oliveira, localizado na Praça Filomeno Hora, número 52, Centro. O horário de funcionamento é de segunda a sexta-feira, das 7h às 13h, e atende pelo telefone (79) 3013-1115.

O Hemose atende as agências transfusionais do Hospital de Urgência de Sergipe (Huse), da Maternidade Nossa Senhora de Lourdes, e dos Hospitais Regionais dos municípios de Nossa Senhora do Socorro, Lagarto e Itabaiana. A gerente de coleta do Hemose, Florita Aquino, faz apelos para retomada das doações de sangue regulares e recuperação dos níveis dos estoques do período pré-pandemia.

TEC./SONORA: Florita Aquino, gerente de coleta do Hemose

“A pandemia realmente foi um fator que dificultou a doação. Tanto por conta dos protocolos, porque nós reduzimos o número de atendimento para evitar as aglomerações e também por conta dos doadores terem adquirido a própria Covid. A doação é um serviço essencial para a manutenção do tratamento de diversas patologias como anemia falciforme, cirurgias eletivas ou de traumas com grande perda de sangue. O sangue RH negativo é o mais procurado, é o que continua mais difícil.”

LOC.: A pandemia pode ter afastado muitos doadores de sangue, mas não conseguiu impedir Carlos Rezende, de 43 anos. O morador do bairro Siqueira Campos, em Aracaju, começou a doar sangue aos 33 anos e já realizou mais de 30 doações. O interesse pela doação foi incentivado por um time de futebol. Um verdadeiro golaço para aqueles que mais precisam: os pacientes que aguardam uma doação de sangue nos hemocentros de Sergipe.

TEC./SONORA: Carlos Rezende, comerciante

“Comecei a doar através de uma campanha nacional de torcedores do clube Vasco da Gama do Rio de Janeiro. Aqui em Aracaju fui um dos coordenadores de algumas campanhas e acabei me tornando um doador de sangue e plaquetas fidelizado no Hemose. Toda doação é uma sensação enorme em estar ajudando o próximo. Faço o convite para que se tornem doadores porque infelizmente o mundo só descobre a importância da doação quando precisam. Então que façam desse lindo gesto uma rotina.”

LOC.: Para saber onde doar sangue ou se cadastrar para doar medula óssea, acesse www.hemose.se.gov.br.