AC: Cruzeiro do Sul, Feijó e Sena Madureira estão com baixo índice de vacinações contra o HPV

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REPÓRTER: No estado do Acre, três municípios estão com baixa no índice de vacinação contra o HPV na segunda etapa. Cruzeiro do Sul, Feijó e Sena Madureira não chegaram à média dos 20 por cento em vacinações, segundo a secretaria municipal de saúde de cada localidade. A meta do ministério da Saúde é imunizar 80 por cento das adolescentes com a faixa etária de 11 a 13 anos. Para isso, o ministério oferece de graça em todos os municípios brasileiros a vacina contra o Papiloma Vírus em três doses. Apesar da dificuldade em atingir a meta no estado, a secretaria de saúde do Acre batalha diariamente para intensificar a campanha. É o que diz a secretária de Saúde, Suely Melo.
 
SONORA: secretária de Saúde do Estado do Acre – Suely Melo
 
“No Acre, na primeira etapa, nós tivemos bastante sucesso. Nós fizemos um esforço de gigante. Você sabe que vacinar no Acre não é uma tarefa simples. Nós temos municípios isolados, barreiras geográficas severas. Então, nós tivemos algumas dificuldades, mas conseguimos atingir uma cobertura de 88% na primeira etapa. Na segunda etapa, nós já estamos tendo um pouco mais de dificuldade. Até o momento, nós conseguimos uma cobertura de 36,23%. É uma cobertura muito baixa. Às vezes a gente cria estratégias. Coloca barco para sair recolhendo a população nos igarapés, nas margens dos rios e define alguns polos de vacinação onde a gente monta uma estrutura de logística para poder vacinar.”
 
REPÓRTER: Em Cruzeiro do Sul, a meta de todas as meninas vacinadas na parte urbana do município foi atingida, de acordo com a Secretaria municipal de Saúde. Mas o que dificulta o crescimento do índice é a falta de acesso às meninas moradoras de regiões ribeirinhas por conta da seca dos rios no município. Quem conta é a coordenadora geral de imunização de Cruzeiro do Sul, Janaína da Costa.
 
SONORA: Coordenadora do PNI em Cruzeiro do Sul, Janaína da Costa Negreiros
 
“Estava faltando só a parte ribeirinha, porque na época de agosto e setembro os rios aqui, eles estão secos, isso dificulta muito nosso acesso para embarcação maior que é o que a gente leva quando vai a vacina. E aí em novembro a equipe se deslocou, porque já tinha começado o período chuvoso aqui da nossa região, os rios já tinham pleno acesso e aí foi quando então foi concluída com essa parte que faltava que era só a parte ribeirinha.”
 
REPÓRTER: No município de Feijó, houve um pequeno crescimento no índice de vacinações na segunda dose, porém, continua baixo em relação à meta do ministério da Saúde. Somente 22 por cento das meninas foram aos postos de saúde para se vacinarem. Segundo a secretaria municipal de saúde, a falta de comprometimento e interesse das adolescentes prejudica o crescimento do índice no município.  Com isso, a coordenadora de vigilância epidemiológica reforça o convite às adolescentes. 
 
SONORA: Verônica Soares, coordenadora de vigilância epidemiológica de Feijó
 
“Convidar as meninas e os pais para que tragam os seus filhos nas unidades para tomarem a segunda vacina do HPV, como foi dito, é pra prevenir o câncer no colo do útero e outras doenças a mais.”
 
REPÓRTER: Já em Sena Madureira, o índice não passa dos 15 por cento de jovens vacinadas desde o final do ano passado. Segundo a secretaria municipal de saúde do município, a falta de interesse somada ao medo das reações colaterais que a vacina pode causar afastam as meninas dos postos de saúde. Vale lembrar que a vacina é segura e os efeitos colaterais são comuns como de qualquer outra vacina. Quem garante é o diretor de Vigilância das Doenças Transmissíveis do Ministério da Saúde, Cláudio Maierovitch.
 
SONORA: diretor de Vigilância das Doenças Transmissíveis do Ministério da Saúde, Cláudio Maierovitch
 
"A vacina contra o HPV ela não contém vírus, ela não contém bactérias. Ela é uma vacina que contém algumas moléculas, que são agrupadas por um procedimento de biologia, de engenharia genética, que são moléculas que também estão presentes no vírus, justamente para mostrar para o sistema imunológico das pessoas um pedacinho do vírus e ensiná-lo a reagir contra esse pedaço do vírus. Como a vacina não tem vírus e não tem bactérias ela não produz infecção, ela é uma vacina extremamente segura".
 
REPÓRTER: Nos três municípios as vacinas estão disponíveis em todas as doses. Em Cruzeiro do Sul, são sete postos de saúde mais 26 unidades básicas de saúde. No município de Feijó, são sete unidades de saúde e, em Sena Madureira, são 15 unidades básicas de saúde. Os horários de funcionamento de todos os postos são sempre de segunda a sexta-feira, das oito da manhã às cinco da tarde. As meninas devem comparecer nas unidades com a carteira de vacinação ou algum documento de identidade.
 

 

Reportagem, Lucas Bolzan

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