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Cinquenta e seis delegacias estão sem delegados titulares no estado de Pernambuco. De acordo com a Associação dos Delegados de Polícia do estado (Adeppe), o problema tem afetado principalmente as cidades na Zona da Mata, do agreste e do sertão. Além das delegacias que não possuem delegados, outros onze postos de policiamento ainda não foram instalados, como as delegacias de combate ao narcotráfico e delegacia de combate à corrupção.
O presidente da associação, Diogo Victor, explica que o problema da falta de delegado tem sido corriqueiro em cidades pequenas, com 100, 150 mil habitantes. E com uma estrutura adequada, seria possível criar uma realidade diferente a esses locais.
“A realidade de uma cidade dessas, com o delegado de polícia e equipe bem montada, pode ser facilmente percebida a melhoria na segurança pública”.
Segundo dados da Secretaria de Defesa Social (SDS), até maio deste ano, foram registradas 1.525 mil mortes violentas no estado, o que corresponde a 10 por dia. 54,7% delas aconteceram no interior. De acordo a Adeppe, esse déficit de delegados afeta o ritmo das investigações e a resolução dos crimes.
Além da falta de delegados, a Adeppe também afirma que 33 delegacias estão sem escrivão, função fundamental na procedimentos de formalização das investigações.
“O delegado que a gente tem aqui, tem situações de delegado que tem que andar 70 km, 80 km para responder por uma cidade. E ele efetivamente só vai com uma situação emergencial, uma situação de flagrante, uma situação de homicídio, de um local de crime, porque ele tem já sua delegacia titular para responder”, disse.
Diogo Victor ainda afirma que a população teme que a situação possa piorar já que o déficit de profissionais só poderia ser resolvido com o chamamento de policiais concursados, mas por se tratar de um concurso complexo que envolve várias fases, o presidente explica que em dois anos existe a possibilidade de disseminar o crime organizado na região.
“A gente teme que isso possa agravar ainda mais para o delegado de polícia, concurso para polícia, de delegado de polícia. É um concurso extremamente complexo com várias fases, com questões objetivas, subjetiva, testes físicos, depois tem uma academia de 4 a 6 meses. Então, é um concurso extremamente complexo e demanda tempo. Então, se hoje está ruim, imagine daqui a dois anos”, criticou.
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