VIOLÊNCIA: Mapeamento identifica 1.969 pontos vulneráveis à exploração de crianças e adolescentes

VIOLÊNCIA: Mapeamento identifica 1.969 pontos vulneráveis à exploração de crianças e adolescentes

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Tempo de áudio: 4min36seg

REPÓRTER: Um mapeamento realizado em todas as rodovias federais do Brasil identificou quase dois mil pontos vulneráveis à exploração sexual de crianças e adolescentes. Entre eles, quinhentos e sessenta e seis foram considerados pontos críticos; quinhentos e trinta e oito, com alto risco; quinhentos e cinquenta e cinco, com médio risco; e, por fim, trezentos e dez pontos foram avaliados como de baixo risco. Este levantamento faz parte do projeto Mapear, que tem o objetivo de ampliar e fortalecer as ações de enfrentamento da violência sexual no Brasil. Os números são da Polícia Rodoviária Federal em parceria com a Childhood Brasil. O levantamento e divulgação desses pontos criam a possibilidade de um trabalho articulado de prevenção da violência sexual e proteção da infância e adolescência. De acordo com o coordenador de programas da Childhood no Brasil, Itamar Gonçalves, com esse mapeamento, vai ser possível indicar as melhores ações entre os três setores da sociedade.

SONORA: coordenador de programas da Childhood no Brasil, Itamar Gonçalves

"Qual é a missão desse programa? É exatamente articular os três setores. Seja o setor público, seja o setor empresArial e as organizações, para somar esforços e ter ações que coíbam de fato essa violência que acontece nas estradas."

REPÓRTER: Os pontos vulneráveis citados no mapeamento são ambientes ou estabelecimentos onde os agentes da polícia rodoviária federal encontram características que geram condições favoráveis à exploração sexual de crianças e adolescentes. Entre eles, locais em que é costume a parada de veículos, consumo de bebida alcoólica e ausência de iluminação. Para ampliar ainda mais o conhecimento sobre esses pontos e esta forma de violência, a edição 2014 do mapeamento incluiu duas novas questões: a primeira, sobre o gênero das vítimas; e a segunda, sobre o local de origem. Márcia Freitas Vieira, coordenadora do projeto Mapear, da Polícia Rodoviária Federal, explica os avanços do programa a partir dessas alterações.

SONORA: Márcia Freitas Vieira, coordenadora do projeto Mapear, da Polícia Rodoviária Federal

"A inserção de perguntas sobre a qualificação das vítimas, para que a gente possa conhecer não só o agressor, mas as vítimas dos crimes de exploração sexual de crianças e adolescentes. Então, o que nós detectamos é que 69% das vítimas são do sexo feminino, 22% são transgêneros e 9% são do sexo masculino. Além disso, 38% das repostas apontam que as vítimas eram de outra localidade podendo estar vivenciando uma situação de tráfico de pessoas."

REPÓRTER: Durante os últimos seis anos em que são realizados mapeamentos, foi possível verificar uma redução significativa dos pontos críticos, uma queda de quarenta por cento. Segundo a PRF, a redução desses pontos pode estar relacionada à soma de esforços, engajamento dos diversos setores e atuação preventiva nas rodovias federais. Ainda de acordo com o levantamento, em números absolutos, foi verificado um aumento de nove por cento na quantidade de pontos vulneráveis à exploração sexual de crianças e adolescentes. O Sudeste do Brasil foi a região com mais pontos de vulnerabilidade, 494 áreas mapeadas. Em segundo lugar, aparece o Nordeste, com 475 pontos propícios à exploração sexual de crianças e adolescentes, seguido das regiões Sul, Centro-Oeste e Norte. Minas Gerais, Bahia e Pará lideram na quantidade absoluta de pontos críticos ou de alto risco. A Polícia Rodoviária Federal orienta a população que encontrar pontos de exploração de crianças e adolescentes em rodovias pode entrar em contato pelo Disque Denúncia, ligando para o número 100.

Reportagem, Aline Reis

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