SÃO GONÇALO (RJ): Apoio da família é fundamental para o paciente com Tuberculose

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LOC: São Gonçalo é um dos municípios do Rio de Janeiro com o maior número de ocorrência de Tuberculose. São 45,1 casos a cada 100 mil habitantes. O principal sintoma é a tosse que dura mais de três semanas, acompanhada de febre, falta de apetite, perda de peso e cansaço. As autoridades procuram meios de fortalecer o combate à doença, como explica a gerente de Pneumologia Sanitária da Secretaria de Saúde, Ana Alice Pereira.

TEC/SONORA: Ana Alice Pereira, gerente de Pneumologia Sanitária da Secretaria de Saúde.

“O estado, ele não executa as ações diretamente, ele trabalha junto aos municípios e desenvolve algumas ações para melhoria das ações dos municípios. Buscamos onde estão esses pacientes resistentes. Monitoramos se esse paciente que está resistente, se ele já está sendo atendido, comunicamos o município para ele estar acompanhando.”

LOC:
O tratamento e a medicação para Tuberculose são oferecidos gratuitamente pelo SUS. Após os primeiros 15 dias do início da medicação, o doente deixa de ser transmissor do bacilo e apresenta melhora dos sintomas. Mas o tratamento dura, no mínimo, seis meses e não deve ser interrompido. Quando um paciente deixa de se tratar, pode desenvolver a Tuberculose mais resistente. Nesses casos, são necessários até dois anos para que a pessoa fique livre da doença. Ana Alice ressalta ainda que muitos médicos e pacientes ignoram os sintomas e acabam relacionando com outras doenças.

TEC/SONORA:
Ana Alice Pereira, gerente de Pneumologia Sanitária da Secretaria de Saúde.

“Não dá muita importância à tosse e, às vezes, ele relata atribuindo isso, às vezes, a um resfriado, à bronquite, ao cigarro, etc. Com isso, acaba dificultando muito e o diagnóstico acaba sendo feito já num estado mais avançado em que ele já está ficando em um estado mais grave da doença.”

LOC: A desinformação é outro desafio a ser vencido. O preconceito faz com que muitos escondam o problema. A distância dos familiares acaba desmotivando o paciente. L.C., 50 anos, enfrentava um câncer quando contraiu também a Tuberculose. Envergonhado e temendo a reação da família, ele fez todo o tratamento sem que nenhum parente soubesse que, entre uma quimioterapia e outra, ele lutava também contra a Tuberculose. Quando já estava curado, revelou a doença para a irmã, a ativista Josélia Almeida, 48 anos, de quem recebeu muito apoio.

TEC/SONORA: Josélia Almeida, ativista e irmã de um paciente.

“Eu tive um irmão na família que teve Tuberculose. E ele ficou com medo de como é que a família iria reagir, né? Tanto é que teve pessoas na minha família que nunca souberam que ele teve Tuberculose devido ao medo da reação da própria família. E não pode ser assim. Nós sabemos que a pessoa adoece, ela precisa do apoio da família, precisa da família próxima até para auxiliá-la no próprio tratamento.”

LOC: Comovida, ela procurou o Grupo Pela VIDDA, em Niterói, e passou a ser a representante da Ong em São Gonçalo. No Grupo, eles realizam atividades como panfletagem, acompanhamento dos casos nas unidades de saúde e campanhas de conscientização para lembrar que a Tuberculose ainda existe, mas tem cura.

TEC/SONORA: Josélia Almeida, ativista e irmã de um paciente.

“A família, no caso, sabendo que tem um doente com Tuberculose, claro, ela tem que também fazer os exames para saber se também não contraiu a Tuberculose e ter uma convivência normal. Porque, a partir do momento em que você muda com um familiar, com quem está dentro da sua casa, ele se sente inseguro, ele se sente fora do contexto familiar. E ele procura fazer o quê? Ele luta por um tempo e para ter esse amor, esse carinho de volta, essa convivência, ele, muitas das vezes, abandona o tratamento e diz que está curado, quando na verdade não está.”

LOC: Fique atento aos sintomas e procure uma unidade de saúde. Para mais informações, acesse saude.gov.br.

 

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