REPÓRTER: Dos 150 milhões de reais doados como caixa dois pelo empresário Marcelo Odebrecht à chapa de Dilma Rousseff na eleição de 2014, 50 milhões foram em contrapartida a aprovação uma medida tributária, que beneficiou o grupo Odebrecht, conhecida como MP do Refis.
As declarações foram feitas, nesta quarta-feira (1º), pelo próprio Marcelo Odebrecht, em depoimento ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), na ação que pede a cassação da chapa que elegeu a ex-presidente Dilma Rousseff e o atual presidente Michel Temer.
De acordo com o executivo que está preso, desde junho de 2015, por envolvimento no esquema de corrupção descoberto na Petrobras, os valores da contrapartida em troca da aprovação da MP do Refis foram tratados com o ex-ministro Guido Mantega.
Além de trazer a tona o possível uso de caixa dois na campanha eleitoral de 2014, a empreiteira Odebrecht seriamente envolvida no esquema de corrupção da Petrobras, teve 77 delações de executivos e ex-executivos homologadas pela presidente do STF, ministra Cármen Lúcia. O material está nas mãos da Procuradoria-Geral da República (PGR), que vai analisar os documentos para decidir se abre ou não novas de investigações.
Reportagem, João Paulo Machado