PIAUÍ: Meninas de 11 a 13 anos devem se proteger contra o câncer do colo do útero

SalvarSalvar imagem
SalvarSalvar imagem

 
REPÓRTER: A segunda dose da vacina contra o HPV, vírus que provoca o câncer do colo do útero, está disponível nos postos de saúde de todo o país para as meninas de 11 a 13 anos de idade. A vacina é de graça e todas as meninas que têm essa idade têm que ser vacinadas. Apesar do sucesso da vacinação na primeira fase, nesta segunda fase o número de meninas vacinadas está abaixo do necessário. No Piauí, por exemplo, apenas 40 por cento das meninas que precisam tomaram a vacina. Na primeira fase, 95 por cento das adolescentes foram vacinadas. Mas não adianta nada tomar a primeira dose e não tomar a segunda. A administradora Joseana Azevedo mora em Teresina e tem uma filha de 12 anos que já tomou a segunda dose. Ela garante que os pais não precisam ter medo, já que a vacina é totalmente segura e ajuda a salvar vidas no futuro.
 
SONORA: administradora – Joseana Azevedo
 
“Ela tomou as duas doses. Eu observei que não teve nenhum problema alérgico, nem reação nenhuma. Ela teve um dia normal, foi para a escola, foi para o reforço, não teve problema nenhum. Vocês, mães, que têm algum problema, algum medo que tenha reações, não tem. Não tem reação nenhuma. Sua filha vai ter uma vida normal ao tomar a vacina e além do mais vai prevenir a sua saúde”.
 
REPÓRTER: Durante as campanhas da primeira e da segunda dose da vacina contra o HPV realizadas no ano passado quem esteve à frente dos trabalhos foi a ex-coordenadora estadual de Imunização do Piauí, Doralice Lopes. Ela explica que a segunda fase está prejudicada no estado porque não houve vacinação nas escolas, como ocorreu na primeira fase. Além disso, o boato espalhado nas redes sociais de que a vacina causaria efeitos colaterais ainda está prejudicando a vacinação.
 
SONORA: ex-coordenadora estadual de Imunização do Piauí – Doralice Lopes
 
“Na verdade, aqui no Piauí a gente atribuiu tanto a questão da disseminação das informações relativas a eventos adversos temporalmente associados à vacinação, que saiu inclusive em várias matérias nacionais, como também a questão de não ter realizado a estratégia de vacinação, na maioria dos municípios, eles não realizaram nas escolas. Então, essas meninas realmente não procuram os postos de saúde para espontaneamente receber a vacinação. E isso complica ainda mais a estratégia. Sendo que no colégio elas já estão lá, já tem a frequência diária da escola para cumprir, então era muito mais fácil de a gente fazer essa busca ativa”.
 
REPÓRTER: O Ministério da Saúde recomenda aos governadores, prefeitos e gestores municipais e estaduais da Saúde e da Educação que abram as escolas para aplicar a vacina contra o HPV. Isso porque o público adolescente não costuma ir aos postos de saúde e, além disso, experiências anteriores com outras campanhas de vacinação tiveram mais sucesso com a aplicação das doses nas escolas. O secretário de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, Jarbas Barbosa, garante aos pais, responsáveis e meninas de 11 a 13 anos que não há motivos para medo, já que a vacina é segura e utilizada em todo o mundo.
 
SONORA: secretário de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde – Jarbas Barbosa
 
“Vale lembrar que essa vacina já é usada em mais de 100 países do mundo. Essa vacina tem mais de 50 milhões de doses aplicadas na Europa, nos Estados Unidos. É recomendada, essa vacina, porque é uma vacina eficaz para prevenir o câncer do colo do útero e é uma vacina segura. Nós não tivemos nenhuma reação grave associada a essa vacina no Brasil, como não houve em nenhum lugar do mundo. Há reações adversas, como em qualquer produto injetável, reações alérgicas, reações locais. Isso é infinitamente menor que os grandes benefícios que essa vacina pode produzir”.
 
REPÓRTER: Vale repetir que não adianta ter tomado a primeira dose da vacina e não tomar a segunda. Para se prevenir contra o HPV, vírus que provoca o câncer do colo do útero, é preciso tomar todas as doses. Segundo dados do Ministério da Saúde, a doença mata 14 mulheres por dia no Brasil. Meninas de 11 a 13 anos devem procurar o posto de saúde mais próximo para se vacinar de graça.
 
Reportagem, Fábio Ruas

Receba nossos conteúdos em primeira mão.