Em quase 25 anos, o número de aposentados e pensionistas com menos de 60 anos no Brasil representou 3,3% da população total. A chamada aposentadoria precoce é um dos componentes regressivos que afetam a Previdência Social, segundo estudo do Ipea divulgado recentemente.
O estudo analisou também os efeitos do envelhecimento da população para o setor. Em 2016, a população com 60 anos ou mais era 16% maior do que em 2012, segundo dados do IBGE. Na Paraíba, o número de idosos aumentou, passando de 509 mil em 2012 para 556 mil em 2016. Em contrapartida, o número de crianças até quatro ano de idade caiu, 297 mil para 266 mil no mesmo período. O autor do estudo e coordenador de Previdência do Ipea, Rogério Nagamine, comenta as informações.
“O envelhecimento já está tendo impacto e isso implica a necessidade de ajustes. O aspecto positivo é que esse ajuste pode ser feito, eliminando o que a gente chama de componentes regressivos no sistema previdenciário, que são componentes que pioram a distribuição de renda.”
O número de aposentados e pensionistas com menos de 60 anos na região Nordeste, segundo o Ipea, era de 2,2% em 1992. Em 2015, pulou para 2,8%. No ano passado, a idade média de aposentadoria no Brasil foi de 54 anos. Para Nagamine, a aposentadoria precoce pode ser determinante para a situação atual do setor.
“O problema maior é uma distorção que eu acho conceitual, que é, na verdade, você estar pagando um benefício de aposentadoria para pessoas que estão em plena capacidade laboral e que, muitas vezes, continuam trabalhando.”
No estado, a previsão de déficit para este ano é de um bilhão e duzentos milhões de reais, segundo a PBPrev.
Reportagem, Jalila Arabi.