NITERÓI (RJ): Região Metropolitana do Rio se une contra a Tuberculose

Salvar imagem

LOC: O Ministério da Saúde elaborou o plano para acabar com a Tuberculose no Brasil . No Estado do Rio de Janeiro, mais de dez mil pessoas contraíram a doença no ano passado. 70% delas estão na Região Metropolitana, que compreende, além da capital, os municípios de Duque de Caxias, Nova Iguaçu e São Gonçalo. Estima-se que, desses pacientes, 20% não sabem, mas são portadores do vírus HIV. Niterói, referência no tratamento da Aids, recebe pacientes de outros municípios. Muitos deles são atendidos pela ONG Grupo Pela VIDDA. Lá, a equipe notou que um grande número dos portadores de HIV acabava contraindo Tuberculose, doença que acreditavam estar extinta. A ONG decidiu agir e passou a trabalhar na prevenção e tratamento de ambas as doenças de forma conjunta, como conta o presidente do Grupo Pela VIDDA, Ignácio Queiroz.

TEC/SONORA: Ignácio Queiroz, presidente do Grupo Pela VIDDA.

“Como a gente faz ações antiaids, na prevenção, na atenção, garantia dos direitos das pessoas que vivem com HIV e Aids, a gente começou, bem antes de ser constatado oficialmente, que há um grande número de pessoas vivendo com HIV e Aids com Tuberculose, nós diagnosticamos isso e começamos então a trabalhar a coinfecção Tuberculose e HIV.”

LOC: O principal sintoma da Tuberculose é a tosse que dura mais de três semanas. Ela pode vir acompanhada de febre ao fim do dia, cansaço e, em estágio mais avançado, escarro com sangue. Médicos e autoridades tentam combater o alto índice de pessoas que abandonam o tratamento. O atendimento é oferecido integralmente pelo SUS em um período de, no mínimo, seis meses. Após as primeiras semanas os sintomas melhoram, mas não significa que o paciente está curado. O tratamento não pode ser interrompido. Nos municípios do Rio de Janeiro e Duque de Caxias, a taxa de abandono chega a 11%. Já em Nova Iguaçu e São Gonçalo, o índice é ainda maior, chegando a 18% e 19%, respectivamente. A população portadora de HIV não é a única em situação de risco. Pessoas em condições precárias de moradia, com má alimentação, e moradores de rua estão também vulneráveis, como explica a coordenadora do Programa Nacional de Controle Tuberculose do Ministério da Saúde, Denise Arakaki.

TEC/SONORA: Denise Arakaki, coordenadora do Programa Nacional de Controle da Tuberculose do Ministério da Saúde.

“Algumas pessoas podem ter condições físicas que propiciam o desenvolvimento da Tuberculose. Essas condições seriam condições que diminuem a sua capacidade imunológica. Então, por exemplo, pessoas vivendo com HIV, pessoas com diabetes, pessoas que usam tratamento com imunossupressores. Então, por exemplo, pessoas com doenças autoimunes. Elas normalmente usam drogas que são imunossupressoras e essas pessoas se tornam mais vulneráveis a adquirirem a Tuberculose.”

LOC: A população de baixa renda e os moradores de rua são os que mais sofrem com a Tuberculose. As condições de vida precárias favorecem a sobrevivência do bacilo. Como essas pessoas costumam ser sozinhas e não ter moradia fixa é mais difícil acompanhar. ElEs acabam desistindo de se tratar quando começam a ganhar peso e voltam a ter vitalidade. Além disso, a desinformação gera preconceitos que podem desmotivar o doente.
A Tuberculose só é transmitida pela fala, tosse ou espirro em locais fechados e escuros. Não é preciso alterar ou isolar o paciente do convívio social. O apoio da família e dos amigos pode ser decisivo para a cura e uma arma contra os altos índices de abandono. Esse é o exemplo da ativista Josélia de Almeida, que permaneceu ao lado do irmão quando soube que, em meio à luta contra um câncer, ele havia contraído também a Tuberculose.

TEC/SONORA: Josélia Almeida, ativista e irmã de um paciente.

“Eu diria para essa pessoa não ter medo. Ao contrário, o amor da família é muito importante. Quando ele descobre que, infelizmente, está com Tuberculose, ele tem que se aproximar da família e dizer o que está acontecendo. A própria família, no caso, sabendo desse problema, eu tenho certeza que vai apoiar, que vai ajudar. Porque a gente sabe que muitas pessoas, às vezes, abandonam o tratamento porque não têm condições de ir lá no posto de saúde buscar o remédio.”

LOC: Quem conviveu com um paciente também deve procurar uma unidade de saúde para avaliar se adquiriu o bacilo. Nesta situação é possível prevenir o desenvolvimento da tuberculose. Tuberculose tem prevenção. Para mais informações, acesse saude.gov.br.

Continue Lendo



Receba nossos conteúdos em primeira mão.