MATO GROSSO: Segunda dose da vacina contra HPV está disponível para 64 mil meninas de 9 a 11 anos.

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TEC: Trilha (BG).

 

LOC: Internada há mais de 30 dias no Hospital de Câncer de Mato Grosso, na capital Cuiabá, Judith Lourenço da Conceição, de 52 anos, trata há seis anos um câncer no colo do útero. A doença causada pelo Papiloma Vírus Humano, o HPV, foi diagnosticada em um exame de rotina. A dona de casa, que sofre com o tratamento, não quer que a história se repita em casa. Por isso alertou a filha de que a neta, de nove anos de idade, deve tomar todas as doses da vacina contra o HPV.

 

TEC: Judith Lourenço da Conceição.

 

“A minha neta já vacinou graças a Deus, ela tem nove anos. Eu falava todos os dias e ela falava: 'não mamãe, mas ela não quer ir'. Ai eu falei não, tem que levar. Já tomou a primeira dose e depois vai ter mais duas, enquanto ela não tomar eu não vou largar no pé dela.” 

 

LOC: O medo de Judith é que a neta passe pela mesma dor que ela está passando no tratamento contra o câncer. A moradora de Cuiabá explica como é o tratamento e relata que, para atravessar este momento precisou de muita coragem.

 

TEC: Judith Lourenço da Conceição.

 

“É um tratamento muito doído é muito difícil de aguentar, só se tiver muita coragem. Eu mesmo já pensei em desistir várias vezes mais graças a Deus, Deus me deu forças e eu não desisti. Porque é muito doído.” 

 

TEC: Trilha Sobe Desce (BG).

 

LOC: A vacina contra o vírus HPV, que a neta de Judith vai tomar, é a principal forma de prevenção a um futuro caso de câncer do colo do útero, doença que deve atingir 390 mulheres, apenas neste ano, no estado, de acordo com estimativa do Instituto Nacional do Câncer, Inca. No Mato Grosso, as Unidades Básicas de Saúde e escolas estão em mobilização para aplicar a segunda dose da vacina contra o vírus em 64 mil meninas de 9 a 11 anos. Quem não iniciou o ciclo de proteção contra o HPV, ainda tem a oportunidade de tomar a primeira dose. Segundo a gerente da área de vacinas da Secretaria de Saúde de Mato Grosso, Cláudia Soares de Souza, apenas metade do total do público-alvo tomou a primeira dose contra o HPV. Dados do Ministério da Saúde revelam que, na primeira fase da mobilização da aplicação das doses, 46 cidades mato-grossenses registraram taxas de vacinação inferiores a 29%. Estes municípios estão concentrados nas microrregiões de Canarana, de Aripuanã e de Norte Araguaia. Em outras regiões do estado, também estão nesta faixa de cobertura vacinal abaixo de 29 por cento, por exemplo, os municípios de Colniza, Juruema, Peixoto de Azevedo, Santa Cruz do Xingu, Nova Xavantina e Campinápolis. A gerente de Vigilância em Agravos Imunopreveniveis, Claudia Soares, faz um apelo para que as garotas de 9 a 11 anos de idade procurem os locais de vacinação.

 

TEC: Cláudia Soares de Souza, gerente de Vigilância em Agravos Imunopreveniveis.

 

“A gente começou agora a segunda dose nas meninas de nove a 11 anos, inicio de 2015 foram vacinadas apenas 50 por cento das meninas e a gente precisa que as crianças nos procurem, as unidades básicas em qualquer momento, para iniciar o esquema. Hoje no estado e no Brasil todos nós ficamos com as meninas de nove a 13 anos a serem vacinadas e que agora a gente chama as meninas, agora em setembro, que iniciou a primeira dose em março, que volte e retorne e faça a segunda dose.”   

 

TEC: Trilha Sobe Desce (BG).

 

LOC: Desde o início da campanha contra o HPV no Brasil, muitas dúvidas surgiram, contribuindo negativamente para criar alguns mitos sobre o medicamento. Uma das perguntas mais frequentes a respeito da vacina é o porquê de vacinar meninas tão novas. A explicação vem da presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações Isabella Ballalai. A especialista explica o motivo de escolher meninas nesta idade e a importância da prevenção contra o HPV.

 

TEC: Isabella Ballalai, presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações.

 

“A vacina é mais eficiente nessas meninas que não iniciaram a vida sexual, por conta destas meninas poderem nunca ter se infectado pelo vírus HPV. As meninas que iniciaram a vida sexual elas tem um grande chance de já terem se infectado, aquela de “é melhor prevenir do que remediar”, claro que, o melhor é prevenir muito antes de você ser infectada. Então vacinar antes de iniciar a vida sexual, com certeza vai trazer um benefício muito maior, essa menina nunca vai passar por uma situação de infecção pelo HPV pelo menos esses que podem ser prevenidos pela vacina.”

 

LOC:  A vacina contra o HPV é disponibilizada gratuitamente nas Unidades Básicas de Saúde do SUS ou em escolas parceiras. Ela foi introduzida no calendário nacional de vacinação no ano passado para atender meninas de 11 a 13 anos de idade. Este ano, o Ministério da Saúde está priorizando a vacinação de crianças e adolescentes de 9 a 11 anos. As meninas e adolescentes com 12 e 13 anos, que ainda não tomaram a primeira ou a segunda dose, também devem procurar as unidades de saúde para atualizarem o cartão de vacinação. A criança ou a adolescente deverá tomar três doses para completar a proteção. Quem recebeu a primeira dose deve receber agora a segunda dose, administrada seis meses depois da primeira, e a terceira, cinco anos após a primeira dose. A meta do Ministério da saúde é de que até o final do ano, 80% das meninas com idade entre 9 e 11 estejam vacinadas. Se você é mãe, pai ou responsável por menina nesta idade, leve-a a uma Unidade de Saúde e leve junto o cartão de vacinação. A vacina é o único meio de garantir a proteção contra o HPV pelo resto da vida. Obtenha mais informações sobre a vacina contra o câncer do colo do útero e o HPV em uma unidade de saúde mais próxima de sua casa e no portal do Ministério da Saúde na Internet, www.saude.gov.br/hpv.

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