LOC.: A Bahia está sendo bastante castigada pelo Zika e pela Chikungunya. São mais 110 mil casos notificados das duas doenças desde o ano passado. Um dos municípios que mais preocupa as autoridades de saúde é Mairi. A cidade, de aproximadamente 20 mil habitantes, tem mais de 700 casos notificados de Chikungunya. A moradora do município e enfermeira, Emanuelle Santos de Oliveira contraiu a doença. Sentiu febre, dor de cabeça, dor muscular e nas articulações. Na época do surto das duas doenças, trabalhava em um hospital e viu muitas pessoas procurando o serviço de saúde com os mesmo sintomas.
TEC./SONORA: Emanuelle Santos de Oliveira, enfermeira.
“A demanda no hospital era enorme. Era muita gente com os mesmo sintomas. Cefaleia, mialgia, todo mundo relatando as mesmas coisas. E até hoje você vê muito gente com sequelas. Que dizem que ainda doem as articulações, que tem dor no punho, que não consegue fazer certos movimentos. Até hoje você ainda escuta relatos.”
LOC.: O Ministério da Saúde admite que a Chikungunya é a grande preocupação deste verão, pois pouca gente teve a doença no Brasil e a maioria da população não está imune. José Cerbino, vice-diretor de Serviços Clínicos do Instituto Nacional de Infectologia da Fiocruz, explica quais são as diferenças entre a Chikungunya e os outros vírus transmitidos pelo mesmo mosquito.
TEC./SONORA: José Cerbino, vice-diretor de Serviços Clínicos do Instituto Nacional de Infectologia da Fiocruz
“O vírus da Chikungunya é um vírus um pouquinho diferente dos outros dois, ele é de uma família diferente, não é um flavivirus. Mas é um vírus muito semelhante e também é transmito pelo Aedes. Então, de novo: ele acontece no mesmo período, nos mesmos locais onde vai acontecer a Zika e a Dengue. A principal característica da Chikungunya é a dor articular, a dor nas juntas. A palavra Chikungunya é uma palavra africana que quer dizer ‘andar recurvado’. E esse andar recurvado é por causa da dor que a pessoa que tem a doença sente. Então é uma doença que também dá febre, que também pode dar manchas pelo corpo, e tem como principal característica a dor e o inchaço nas juntas. Nas mãos, nos pés, nos joelhos. Essa é a principal característica dela.”
LOC.: O Ministério da Saúde ressalta que não existe tratamento específico para Dengue, Zika e Chikungunya. O tratamento possível é apenas para aliviar os sintomas. Quando eles aparecerem, é importante procurar o serviço de saúde mais próximo, fazer repouso e ingerir bastante líquido. Ao sentir os sintomas da doença, deve-se buscar um serviço de saúde para atendimento. Emanuelle, atualmente, também trabalha na secretaria de saúde. Ela lembra que é muito importante a população notificar os casos.
TEC./SONORA: Emanuelle Santos de Oliveira, enfermeira.
“Primeiramente, seria notificar. Porque tem muitos casos que não são notificados. Então, eu estou com aquela dorzinha de cabeça, aquela dor no corpo, mas eu não vou ao hospital. Por conta própria tomo a minha medicação e não procuro uma unidade de saúde ou um hospital para notificar. Até para o fumacê vir e fazer a passagem e bloqueio precisamos das notificações para solicitar. E aqui aconteceu muito disso, era o povo reclamando, mas não tinha notificação pelos cem metros do quarteirão. Então, conscientizar a população a procurar uma unidade de saúde. Porque não é notificado, o problema todo é esse muita gente sente mas não procura, e se auto medica. ”
LOC.: Mairi ainda não tem notificado nenhum caso de Zika ou Chikungunya em 2017. Saiba mais sobre o transmissor na internet, no endereço saude.gov.br/combateaedes.
