ICATU (MA): Falta de informação sobre HPV pode colocar saúde das meninas entre 11 e 13 anos em risco

Icatu, Axixá, Morros e São José de Ribamar registram baixas taxas de imunização de meninas entre 11 e 13 anos contra HPV

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REPORTER: A falta de informação sobre os riscos do vírus HPV, que causa o câncer do colo do útero, vem dificultando que meninas de 11 a 13 anos compareçam aos postos de saúde para tomar a segunda dose da vacina contra o vírus em Icatu e redondezas. Notícias de que a vacina causa reações graves têm colocado em risco à saúde de milhares de meninas dessa faixa etária. A vacina é segura e pode fazer com que a próxima geração de mulheres esteja livre de um dos poucos casos de câncer onde é possível se prevenir com quase 100 por cento de eficiência. Após imunizarem as jovens, Estados Unidos e Austrália, por exemplo, reduziram em quase 90 por cento os casos de câncer uterino. As doses são aplicadas de graça nos postos de saúde de todo país. A coordenadora de imunização de Icatu, Bianca Lima, lembra que a incidência de câncer do colo do útero está aumentando entre as mulheres mais novas. 
 
SONORA: Bianca Lima, coordenadora de imunização
 
Eu tenho um caso bem específico que é de uma menina de 26 anos, ela está com câncer do colo do útero em estágio final já, a gente não tem muito o que fazer por ela,então, é uma doença que vem acometendo cada vez mais jovens, antigamente a faixa etária era mais mediana, 40, 50 anos. Já pensou se ela tivesse tomado a vacina, se ela tivesse essa oportunidade 13 anos atrás, ela estava livre, ela estava imune disso. Então, atingir uma pessoa de 26 anos a gente vê que repercussão está tendo essa doença nas mulheres.”
 
REPORTER: Para o enfermeiro Nivaldo Martins, responsável pela vacinação na área rural em Icatu, a informação sobre os benefícios da vacina contra o HPV deve chegar de forma mais clara aos pais. Para ele, as meninas já sabem da importância da imunização.
 
SONORA: enfermeiro, Nivaldo Martins
 
“ O público infanto-juvenil , a qual a vacina é direcionada, elas não tem resistência. A resistência vem da família, entendeu? Então a gente começou a sensibilizar os pais e responsáveis dessas meninas desse público infanto-juvenil , na tentativa desse pai começar a dizer pra essa jovem que a gente precisa que ela se vacinasse, então a gente percebeu que a resistência não era do grupo infanto-juvenil, mas sim dos próprios pais que as aconselhavam a não tomar a vacina.” 
 
REPORTER: A vacina contra HPV tem eficácia comprovada para proteger mulheres que ainda não iniciaram a vida sexual e, por isso, é aplicada em meninas de 11 a 13 anos. Outra medida importante na prevenção contra o câncer do colo do útero é a realização do exame papanicolau, pelas mulheres em idade adulta. O secretário de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, Jarbas Barbosa, explica porque é importante vacinar as mulheres já na adolescência.  
 
SONORA: Secretário de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, Jarbas Barbosa
 
“Essa geração que está sendo vacinada contra o HPV, combinando a vacina contra o HPV com o exame Papanicolau a partir dos 25 anos, pode ser a primeira geração livre de morte por câncer de colo do útero. Por isso as famílias não podem perder essa oportunidade, e não devem dar ouvidos a boatos de redes sociais a boatos que não tem nem comprovação no Brasil ou em qualquer lugar do mundo.”
 
REPORTER: Dados levantados pelo ministério da Saúde indicam que, em 2015, cerca de 16 mil mulheres devem descobrir que estão com câncer no útero em todo país. No Maranhão, existe um risco estimado de 27 novos casos para um grupo de 100 mil mulheres. Vale lembrar que os pais devem aproveitar o período de férias para vacinar as meninas. Os postos de saúde das cidades de Axixá, Morros e São José de Ribamar, outras localidades próximas a Icatu, que registram baixa procura pela vacina, também estão vacinando contra o vírus HPV.
 
Reportagem, Rodrigo Santos

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