GOIÁS: Planaltina pretende vacinar 2 mil meninas de 9 a 13 anos de idade contra o vírus HPV.

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TEC: Trilha (BG)
 
LOC:  Planaltina de Goiás tem um grande desafio para vencer até o final deste ano: vacinar quase duas mil meninas com idade entre 9 e 13 anos contra o Papiloma Vírus Humano, o HPV, um dos principais responsáveis pelo câncer do colo do útero, doença que mata mais de cinco mil mulheres por ano no Brasil, de acordo com o Instituto Nacional do Câncer, o Inca. Durante a primeira etapa da campanha, este ano, apenas 20,90 por cento das meninas nesta faixa etária foram vacinadas no município, segundo dados do Ministério da Saúde. Esse número coloca a cidade entre as localidades brasileiras que apresentam os números mais baixos em relação à meta de vacinação contra o HPV estabelecida pelo Ministério, que é de vacinar 80% dessas jovens. A enfermeira Coordenadora do Núcleo de Vigilância Epidemiológica da Secretaria Municipal de Saúde, Evane Luzia Roberto, explica quais são as estratégias que o município está utilizando para aumentar a cobertura vacinal na cidade.
 
TEC: Evane Luzia Roberto, Enfermeira Coordenadora do Núcleo de Vigilância Epidemiológica da Secretaria Municipal de Saúde de Planaltina de Goiás.
 
“Olha, aqui em Planaltina de Goiás a campanha começou no dia 20/9, e estamos vacinando em todas as unidades de saúde, que são 22 unidades e também o agendamento nas escolas.”
 
LOC: Aquelas meninas que não tomaram a vacina na escola, podem procurar qualquer  umas dessas 22 Unidades de Saúde da cidade. O ambulatório “24 Horas” fica no centro de Planaltina, na Praça Francisco Muniz Pienata e é uma das unidades que mais recebe jovens para tomar a vacina. Ir até lá pode ser uma boa opção aos pais que ainda não levaram suas filhas.
 
TEC: Sobe e desce BG.
 
LOC: A cada ano, cerca de duzentos e setenta mil mulheres morrem em todo o mundo, por decorrência de tumores no colo do útero, causados pelo HPV. No Brasil, de acordo com o Instituto Nacional do câncer, o Inca, o câncer do colo do útero é o terceiro tipo de câncer que mais mata mulheres, atrás apenas do câncer de mama e de pulmão, respectivamente. Mesmo sendo esta uma ação essencial para prevenção de um possível câncer futuro, algumas famílias não têm levado suas filhas para a vacinação, sob a alegação de questões pessoais e religiosas, uma vez que a imunização traz à tona o tema do sexo e, na opinião de alguns, a vacina poderia influenciar as meninas para uma iniciação precoce da vida sexual e, até mesmo, fazer as jovens desistirem do uso de camisinha pela ideia de proteção. A professora do departamento de psicologia clinica da Universidade de Brasília e Coordenadora do grupo de pesquisa "Saúde mental e Gênero" com foco nas mulheres, Valesca Zanelo, afirma que não existe nenhum tipo de relação entre a aplicação da vacina e qualquer comportamento sexual futuro.
 
TEC:  Valesca Zanelo, psicóloga.
 
“Um tema que precisa ser melhor esclarecido é o tema da sexualidade. A sexualidade tem sido confundida com genitalidade. Sexualidade quer dizer que a gente tem um corpo capaz de sentir prazer e desprazer. Então, sexualidade existe desde quando a gente nasceu. Agora, genitalidade, em geral, ela começa na adolescência. A vacina não tem nada a ver em estimular a genitalidade. Eu acho que os pais têm de se preocupar com a saúde de suas filhas e, realmente, fazer a vacina.”
 
TEC: Sobe e desce BG.
 
LOC: A médica pediatra e professora da universidade de São Paulo, Ana Maria Escobar, explica que a vacina contra o HPV é mais eficaz em pessoas de 9 a 13 anos, pois, nessa idade, a maioria das meninas ainda não iniciou a vida sexual e, portanto, há uma maior produção de anticorpos contra o HPV.
 
TEC: Ana Maria Escobar, pediatra.
 
“E essa idade de 9 a 13 anos é fundamental. Porque é uma idade que normalmente é precoce, antes do inicio das atividades sexuais. Então não é uma vacina que libera todo mundo para a atividade sexual. Não. É uma vacina que protege, para que quando, na hora certa, as meninas começarem com as atividades sexuais.”
 
TEC: Sobe e desce BG.
 
LOC: Também existem pais preocupados com possíveis efeitos colaterais da vacina, baseados em alguns boatos, não comprovados, que circularam no país. No entanto, a presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações, Isabella Ballalai, esclarece que a vacina é totalmente segura e indispensável para a prevenção do Câncer do Colo do útero.
 
TEC: Isabella Ballalai, presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações.
 
“A vacina não causa eventos adversos graves, é uma vacina segura já demonstrada de custo benefício, quer dizer, ela é capaz de evitar uma doença grave que é o câncer do colo do útero e ela não tem uma incidência maior de relatos de eventos adversos realmente relacionados a ela maior do que tantas as outras vacinas que a gente faz de rotina para as crianças, adolescentes e adultos no mundo inteiro.”
 
LOC: A vacina contra o HPV foi introduzida no calendário nacional de vacinação no ano passado para atender meninas de 11 a 13 anos de idade. Este ano, o Ministério da Saúde está priorizando a vacinação de crianças e adolescentes de 9 a 11 anos. As meninas e adolescentes com 12 e 13 anos, que ainda não tomaram a primeira ou a segunda dose, também devem procurar as unidades de saúde para atualizarem o cartão de vacinação. A criança ou a adolescente deverá tomar três doses para completar a proteção. Obtenha mais informações sobre a vacina contra o câncer do colo do útero e o HPV em uma unidade de saúde mais próximo de sua casa e no portal do Ministério da Saúde na Internet, www.saude.gov.br/hpv.

TEC: Encerra trilha (BG).

 

 

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