LOC.: Em tempos de pandemia do coronavírus no Brasil, um velho conhecido da população não pode ser deixado de lado: o mosquito: Aedes aegypt. Segundo o boletim epidemiológico mais recente do Ministério da Saúde, o país tem, até o momento, 603.951 casos prováveis de dengue, e 221 mortes.
No cenário regional, a região Centro-Oeste é a que apresenta a maior incidência da doença por 100 mil habitantes – são 709,5 casos por 100 mil pessoas. Na sequência, aparecem as regiões Sul, Sudeste, Norte e Nordeste.
A faixa etária acima dos 60 anos concentra 58,4% dos óbitos confirmados por dengue. Entre os quatro sorotipos da doença, o tipo 2 foi predominante no país. Na região Nordeste, no entanto, o sorotipo 1 foi mais comum.
O coordenador-geral de Vigilância em Arboviroses do Ministério da Saúde, Rodrigo Said, reforça a importância da eliminação dos focos do mosquito Aedes aegypt. Segundo Said, a maioria dos criadouros do mosquito transmissor da dengue está dentro das residências.
TEC./SONORA: Rodrigo Said, coordenador-geral de Vigilância em Arboviroses do Ministério da Saúde
“O mosquito pode completar o ciclo de reprodução até o inseto adulto em dez dias. Então, convidamos a população para participar, efetivamente, para reduzir os criadouros dentro de seus domicílios. Então, é importante estar atento às caixas d’água, à limpeza das calhas, armazenar adequadamente itens que estão nos quintais, como garrafas e latas”.
LOC.: Entre os estados, o Paraná está bem à frente dos demais no número de mortes. São 103 confirmadas, além de outras 34 em investigação. O segundo colocado é São Paulo, onde 56 pessoas já morreram em decorrência da dengue em 2020, e outros 60 óbitos aguardam conclusão do resultado.
Os sintomas da Covid-19 e da dengue são parecidos e podem ser confundidos. O que as diferencia são os sintomas respiratórios, presentes na infecção pelo coronavírus, como explica o médico infectologista do Hospital das Forças Armadas de Brasília, Hemerson Luz.
TEC./SONORA: Hemerson Luz, infectologista do HFA.
“Como os sintomas são muitas vezes parecidos, principalmente em relação à febre, à fadiga, o cansaço, o que se pode diferenciar entre os dois quadros são os sintomas respiratórios, como a falta de ar, a tosse seca, a coriza, que são usualmente comuns nos casos da Covid-19. As medidas preventivas são de suma importância, pois em algumas regiões o sistema de saúde já está esgotado”.
LOC.: Em relação às outras doenças transmitidas pelo Aedes aegypt, foram notificados 17.636 casos prováveis de chikungunya, e 2.058 casos prováveis de Zika.
Diferentemente dos pernilongos, o Aedes aegypt tem hábitos diurnos, ou seja, a probabilidade de ser picado pelo inseto durante o dia é maior, mas não é restrita, já que ele se adapta facilmente. Com quarentena vigente em boa parte do país, é importante manter sempre a limpeza dentro de casa e eliminar os possíveis criadouros do mosquito.