ECONOMIA: Capacitação e novas tecnologias atraem jovens para a agricultura no Mato Grosso

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O perfil do trabalhador rural no Mato Grosso vem mudando nos últimos anos. O agricultor braçal, que encarava o cabo de enxada, semeava, regava e colhia já não é mais o mesmo. O aumento da produção no estado, principalmente de grãos, tem exigido o emprego da tecnologia a favor do campo. E é nesse setor que a demanda por mão de obra qualificada, antenada com os novos meios de produção, tem exigido um novo perfil de agricultores. Eles são mais jovens e capacitados para lidar com os maquinários de lavoura.
 
Atualmente, muito do que se calcula na lavoura mato-grossense é baseado na agricultura de precisão. O GPS e suas bases de monitoramento orientam, inclusive, tratores autônomos. Em agosto, Mato Grosso deu início a um projeto pioneiro no Brasil: a fabricação de etanol a partir do milho. A FS Bioenergia, inaugurada em Lucas do Rio Verde, se espelha em um modelo americano de usina. 
 
Senador pelo PSD do Mato Grosso, José Medeiros comemora a novas possibilidades de emprego. O estado tem cerca de 10% de sua população ativa sem trabalho. Ele ressalta, no entanto, que essa mudança de perfil no campo exigirá mais investimentos em educação e formação profissional. A aposta, acredita, é na qualificação de jovens até então distantes desse nicho de trabalho.
 
“Mas para isso você precisa de pessoas com capacitação para tocar esse tipo. E nós não temos. É preciso investir na formação para que os jovens tenham acesso. Você veja: quando é que a gente iria esperar que você precisa de uma mão de obra ultra qualificada para trabalhar na lavoura? E hoje é isso. Você não consegue um emprego nessas lavouras no interior do Mato Grosso, ou em alguns estados produtores, se você não tiver uma qualificação específica. E isso, lógico, passa pela formação de mão de obra.”
 
No primeiro semestre de 2017, Mato Grosso estava entre as 25 unidades federativas que aumentaram o número de pessoas desempregadas, com 10,5%. Já Mato Grosso do Sul ficou com 9,8%. Goiás com 12,7%; e Distrito Federal liderou com 14,1%. Em todo o país, o desemprego afeta cerca de 14 milhões de brasileiros.

 

Reportagem, Hédio Júnior 

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