DIAMANTINA (MG): Vacinação contra HPV encontra resistências geradas por boatos, no município

Vacina contra HPV é segura e segunda dose está disponível nos postos de saúde de Diamantina para proteger meninas de 11 a 13 anos, do câncer do colo do útero

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REPÓRTER: A imunização contra o vírus HPV, que pode causar câncer do colo do útero, não prejudica a saúde das meninas. A vacina é segura e não há contraindicação. Vários municípios enfrentaram dificuldades a aceitação da vacina por parte das famílias depois que boatos de que o tratamento causa efeitos colaterais graves se espalhou pela cidade. A vacina foi criada em 2006 e mais de 170 milhões de doses já foram aplicadas em países da Europa e América do Norte. Na Austrália, a redução de mulheres com risco de câncer uterino chegou cair 90 por cento. No Brasil, a primeira fase de vacinação contra o vírus, ocorrida em 2014, alcançou cinco milhões de meninas entre 11 e 13 anos. O secretário de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, Jarbas Barbosa, lembra que, a vacina é segura e orienta os pais a não abandonarem o tratamento.
 
SONORA: Secretário de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, Jarbas Barbosa
 
 “No caso do HPV isso foi ainda agravado por boatos de internet, de redes sociais que trouxeram muita desinformação pras famílias. Vale lembrar que essa vacina já é usada em mais de cem países no mundo. Essa vacina tem mais de cinquenta milhões de doses aplicadas na Europa, nos Estados Unidos. É recomendada essa vacina porque é uma vacina eficaz para prevenir o câncer de colo de útero e é uma vacina segura. Nós não tivemos nenhuma reação associada a essa vacina no Brasil como não houve em nenhum lugar do mundo.”
 
REPÓRTER: Em Minas Gerais, existe o risco de nove casos para um grupo de 100 mil mulheres, em 2015. No município de Diamantina, as agentes de saúde ficaram surpresas com a resistência das famílias em levar as meninas aos  postos de saúde para a aplicação da segunda dose. A enfermeira, Cinara Miranda, coordenadora de imunização da cidade, diz que alguns pais chegaram a assinar o termo de recusa para que a filha não completasse o tratamento. Ela lembra, a importância da vacina e faz um alerta para as mães.
 
SONORA: Cinara Miranda, coordenadora de imunização
 
“Porque nós sabemos que a maioria das mulheres que morrem em idade fértil, em idade de trabalho, né, tá com os filhos, com a família. Morrem por causa dessa doença, que é secundária ao HPV. Essa nova geração não vai ter esse problema que nós que somos mães agora temos. Então nós vamos ter uma população de mulheres com uma vida mais saudável, com menos riscos de mulheres com menos riscos de morrer com doenças previsíveis.”
 
REPÓRTER: A meta do Ministério da Saúde para segunda fase da campanha é vacinar cerca de cinco milhões de meninas entre 11 e 13 anos.  Para alcançar o objetivo, os pais precisam acompanhar a filha a um posto de saúde mais próximo. A vacina é de graça e não tem contraindicação. Denise Resile, que  mora em Diamantina, ficou aliviada quando a filha de 11 anos tomou a segunda dose.
 
SONORA: Denise Resille - mãe
 
“É uma sensação de alívio, é uma sensação de, que bom que a saúde pública pode fazer pela minha filha, por mim também de forma indireta, né? E que eu tô fazendo a minha parte. Porque a prevenção, ela é uma grande e uma poderosa arma e a gente tem que lançar mão dela sempre. E é uma reação em cadeia, a gente protegendo as meninas, a gente protege de forma indireta também os meninos, né? Isso é muito importante.”
 
REPÓRTER: A vacina está disponível durante todo ano nos postos de saúde de todo país, o Ministério da Saúde orienta que as meninas devem seguir o calendário com os intervalos. As doses são aplicadas em três etapas: a segunda deve ser aplicada seis meses após a primeira e a última, cinco anos após a primeira dose. O Instituto Nacional do Câncer estima que, dentre os 16 mil novos casos de câncer do colo do útero identificados em 2015 no Brasil – 880 devem ser diagnosticados somente em Minas Gerais. Assim como Diamantina, as cidades de Braúna, Bom Sucesso, Conselheiro Mata e Senador Mourão também registram baixa cobertura vacinal na segunda etapa da vacinação contra o HPV. Os moradores dessas localidades também devem levar as meninas entre nove e 13 anos para a aplicação da vacina nos postos de saúde.
 

 Reportagem, Rodrigo Santos

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