CRUZETA (RN): Município está em risco de surto de zika, dengue e chikungunya

Diante desse cenário, coordenadora de Promoção à Saúde da Secretaria de Estado de Saúde, Iraci Duarte, ressalta importância dos cuidados com armazenamento de água

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De janeiro até setembro deste ano, o Rio Grande do Norte apresentou números de incidência de doenças do Aedes aegypti que preocupam as autoridades de saúde. Apenas de zika, foram registrados 941 casos prováveis. É o equivalente a 27 casos de infecção pelo vírus a cada 100 mil habitantes. E a forma como a população tem tratado reservatórios de água – locais propícios para os criadouros do mosquito – tem chamado a atenção da Secretaria de Estado da Saúde. 

Como algumas cidades do estado enfrentam épocas severas de seca, os moradores estocam água. E sem cuidados básicos, os mosquitos colocam os ovos nesses armazenamentos destampados. Em Cruzeta – município há cinco anos em risco de surto das três doenças, segundo o Levantamento Rápido de Infestação pelo Aedes Aegypti, o LIRAa – a moradora de Santo Antônio Fabrícia de Medeiros suspeita que pegou zika após ser picada por mosquito criado em reservatório de água da vizinha.

Mesmo antes do diagnóstico da doença, a balconista relata que precisou tomar corticoides para sair de casa e trabalhar – tamanhas eram as dores no corpo. Segundo ela, zika era uma lembrança distante, de aproximadamente dois anos atrás, quando a incidência foi maior em Cruzeta.

“E até hoje aqui, na minha cidade, as pessoas reclamam muito ainda de sequelas que ficaram. Muitos idosos que pegaram essa doença faleceram naquele ano.”

E os casos de dengue também registram alta, em comparação a 2018, no Rio Grande do Norte. A doença teve registros de 24,6 mil casos prováveis de janeiro a setembro deste ano. É um aumento de 20% em relação aos 20,4 mil casos do ano passado. Até o momento, 53 mortes relacionadas à dengue são investigadas. 

Diante desse cenário, a coordenadora de Promoção à Saúde da Secretaria de Estado de Saúde, Iraci Duarte, ressalta a importância dos cuidados com o armazenamento de água em cidades como Cruzeta. 

“As pessoas não transformam a informação que têm em ação. E isso precisa ser feito. A informação que eu tenho, que eu vejo na TV, escuto no rádio, nas palestras, nas escolas, precisa ser transformada em ação para se eliminar os depósitos e ver que, realmente, o Aedes aegypti, hoje, é uma espécie altamente potente na transmissão de doenças e de causar morte.”

Aqui vão algumas recomendações do Ministério da Saúde para proteger você e os seus vizinhos do Aedes aegypti. Mantenha os ralos limpos e com aplicação de tela. Limpe semanalmente ou preencha pratos de vasos de plantas com areia. Deixe os reservatórios de água cobertos para que o inseto não entre. A limpeza deve ser periódica, com água, bucha e sabão. Quando a água do reservatório acaba, os recipientes devem ser lavados novamente para, então, serem guardados de cabeça para baixo. Segundo o ministério, esse cuidado é essencial porque os ovos do mosquito podem viver mais de um ano no ambiente seco.
Para mais informações, acesse: saude.gov.br/combateaedes.

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