BRASIL: Economia do país deve continuar sob alerta em 2017, diz economista

SalvarSalvar imagem
SalvarSalvar imagem

REPÓRTER: As expectativas de melhores resultados para a atividade econômica em 2017 não são muito boas. A avaliação é do presidente do Conselho Regional de Economia do Espírito Santo, Corecon-ES, Eduardo Reis Araújo, que acredita em um crescimento entre 0 e 0,5 por cento da atividade econômica no ano que vem. O economista explica que vários aspectos, combinados, indicam um cenário não tão otimista para os investimentos a serem feitos em 2017.
 
SONORA: Eduardo Reis Araújo, presidente do Conselho Regional de Economia do Espírito Santo – Corecon-ES
“O endividamento nas empresas no Brasil, hoje, é muito elevado. Isso, de certa forma, também prejudica a melhoria dos investimentos. A outra questão é também o fato de ter ocorrido uma contração do crédito subsidiado do setor público, em função do ajuste fiscal, desse novo momento da economia. O outro aspecto, também, que é uma questão estrutural é o fato de que no Brasil, hoje, a gente convive com uma taxa de juros real bem elevada, o que acaba desestimulando o investimento em capital físico”.
 
REPÓRTER: Eduardo Reis Araújo também acredita que o ano que vem será de alerta para a economia. Apesar de haver uma expectativa geral de redução da taxa básica de juros e da inflação, o economista explica a dificuldade de retomada do crescimento econômico.
 
SONORA: Eduardo Reis Araújo, presidente do Conselho Regional de Economia do Espírito Santo – Corecon-ES

“Em resumo, eu diria que, no ano de 2017, nós ainda continuamos sob alerta na economia brasileira. Há sinais muito frágeis de que nós teremos uma retomada no crescimento econômico. E há uma indicação de isso pode vir a acontecer mais para o terceiro, quarto trimestre do ano. Então, nesse sentido, nós não temos muitos motivos para poder comemorar, a não ser o fato de que a inflação em queda traz a possibilidade de promover uma redução da taxa de juros, o que vem sendo desejado já há algum tempo”.
 
REPÓRTER: De acordo com  Eduardo Reis Araújo, o indicador de emprego leva um tempo maior de resposta no processo de recuperação da economia. Por isso, ele acredita que o número de pessoas desempregadas ainda vai aumentar ano que vem.
 
SONORA: Eduardo Reis Araújo, presidente do Conselho Regional de Economia do Espírito Santo – Corecon-ES

“Isso porque o setor produtivo adia essas decisões até ter uma segurança de que, de fato, a economia passou por um processo de melhoria. Então é muito provável que nós tenhamos, no ano de 2017, uma tendência do crescimento da taxa de desemprego de uma maneira geral. Isso é uma coisa que nos deixa bastante preocupados. A gente não acha  a resposta que a economia vai produzir no ano que vem será suficiente para alterar a trajetória da taxa de desemprego”.
 
REPÓRTER: Na avaliação de Eduardo Reis Araújo, para que a economia volte a se recuperar é preciso pensar em modelos de parceria entre o setor público e privado. O economista acredita que esses projetos de infraestrutura precisam avançar, já que trazem uma resposta positiva para a geração de emprego e renda. Além disso, Eduardo Reis Araújo também entende que é preciso insistir em uma reforma para diminuir as burocracias que impedem a competitividade de exportar produtos para fora do Brasil.
 

 

Reportagem, Bruna Goularte 

Receba nossos conteúdos em primeira mão.