LOC.: O Brasil tem 138 focos de influenza aviária, de acordo com dados do Ministério da Agricultura e Pecuária, o MAPA. A doença atinge aves e também mamíferos. No mês de outubro, em uma única praia na cidade de Santa Vitória do Palmar, no Rio Grande do Sul, 50 animais marinhos foram encontrados mortos após contaminação pelo vírus.
Os casos acendem um alerta para o assunto, principalmente porque no início deste ano a Organização Pan-Americana da Saúde da OMS emitiu uma nota sobre surtos de influenza aviária de alta patogenicidade em aves nos países das Américas.
O professor de medicina veterinária da Universidade de Brasília Cristiano Barros de Melo reforça que os registros preocupam do ponto de vista da população animal, mas que em um primeiro momento não significam um risco para o país.
TEC./SONORA: Cristiano Barros de Melo - Professor da UnB
“Como tem acontecido no mundo, principalmente por conta de aves migratórias, aqui no Brasil nunca tivemos esse agente infeccioso, essa doença, então o Brasil se preparou para contornar esse problema da melhor forma, e agora, do mês passado para cá, começaram a chegar mamíferos marinhos infectados por influenza também.”
LOC.: De acordo com o MAPA, os casos não afetam o comércio e a produção de aves, já que a maioria dos animais infectados são classificados como silvestres e foram confirmados apenas três focos por aves de subsistência - criadas para consumo próprio.
No entanto, a médica veterinária Dandara Franco considera que outras medidas preventivas são necessárias para evitar que a doença se espalhe.
TEC./SONORA: Dandara Franco - veterinária
“No âmbito agrícola, a gente tem que pensar nas medidas de biossegurança para limitar o contato entre as aves de produção e as aves silvestres, aves de vida livre, como barreiras físicas mesmo, por exemplo. E a prevenção no âmbito doméstico, por exemplo para quem tem ave de estimação, ela consiste também em evitar o contato da sua ave pet com as aves de vida livre, independente da espécie, ou seja, manter nos ambientes internos da casa, evitar voos livres.”
LOC: No Brasil, o primeiro caso da doença foi detectado em uma ave silvestre, no dia 15 de maio de 2023. A maioria dos focos já registrados ficam no sul e sudeste do país. Lidera a lista a cidade de Vila Velha, no Espírito Santo, que contabiliza sete casos.
Reportagem, Yumi Kuwano