Foto: arquivo pessoal
Foto: arquivo pessoal

PA: Alunos do SESI de Ananindeua criam chapas de garrafa pet que impedem infiltrações

Projeto de manta impermeabilizante foi pensado por conta da chuva na cidade, que gera problemas nas estruturas de casas e edificações

SalvarSalvar imagemTextoTexto para rádio

Alunos da robótica do SESI de Ananindeua desenvolveram uma manta impermeabilizante de garrafas pet para solucionar o problema das infiltrações em casas e prédios do município. A ideia inovadora será apresentada durante o Torneio SESI de Robótica FIRST Lego League (FLL), que ocorrerá em março, em São Paulo.
O projeto foi idealizado, inicialmente, a partir das infiltrações existentes no prédio da própria escola. Por ser uma área intertropical, com alto volume de chuvas e alta umidade, casas e prédios de Ananindeua sofrem com esse tipo de problema.  

“O projeto da equipe envolve a confecção de uma manta impermeabilizante feita de garrafa pet, para ser colocada dentro da laje, entre o concreto, o que impede que a água passe”, explica o professor e técnico da “Born To Fight”, Izaias Pinheiro.  “Por ser de garrafa pet, a manta tem uma duração muito grande na natureza”, completa.

A estudante e mentora da equipe Lívia Lima, de 14 anos, conta que, mesmo com os vários programas e sistemas que o SESI tinha para amenizar o problema da infiltração, as soluções eram apenas “paliativas”. “A nossa manta impermeabilizante atuaria no momento da construção da laje, da parede”, afirma. As garrafas pet utilizadas para a confecção da manta foram arrecadadas na própria escola, com o apoio de outras turmas. “Foi muito legal ver a participação das crianças e adolescentes nesse processo”, orgulha-se a jovem.

Durante o processo de confecção e testes, Lívia detalha que ela e os colegas pegaram a parte mais plana da garrafa e recortaram, colocando o material entre duas folhas de papel A4. Depois, passaram um ferro quente para testar a resistência. “Vimos que ficavam algumas bolhas. Pensamos que poderia ser um problema, mas, testando nosso protótipo, vimos que, na verdade, isso resolve nosso problema, pois dá aderência ao concreto”, revela.

Segundo o técnico Izaias Pinheiro, a equipe “Born To Fight”, composta pelos alunos Arthur Souza (14), Eduardo Rosa (14), Sofia de Paula (16), Nikolly Rosa (17), Sofia de Mesquita (16) e Lívia Lima (14), teve o apoio de profissionais do setor de Engenharia de Compras e de professores especializados da Universidade Federal do Pará (UFPA) para elaborar a manta impermeabilizante. “Ainda precisamos de alguns testes laboratoriais, mas algumas provas iniciais já mostraram que o material é bem-sucedido”, garante Pinheiro.  

A competição
O Torneio de Robótica FIRST LEGO League reúne 100 equipes formadas por estudantes de 9 a 16 anos e promove disciplinas, como ciências, engenharia e matemática, em sala de aula. De 31 de janeiro a 16 de fevereiro, haverá as disputas regionais. Os melhores times garantem vaga na etapa nacional, que ocorre em março, em São Paulo.

O objetivo é contribuir, de forma lúdica, para o desenvolvimento de competências e habilidades comportamentais exigidas dos jovens. Todo ano, a FLL traz uma temática diferente. Em 2020, os competidores terão que apresentar soluções inovadoras para melhorar, por exemplo, o aproveitamento energético nas cidades e a acessibilidade de casas e prédios.

O diretor de Operações do Departamento Nacional do SESI, Paulo Mol, ressalta que a elaboração dos projetos estimula a autonomia e o trabalho em equipe e contribui para a formação profissional dos alunos. “A questão do empreendedorismo é a base de todo o processo. Nesse torneio, uma das avaliações que é extremamente importante é a capacidade de empreender, de buscar coisas novas, de fazer com que o produto seja desenvolvido”, atesta.
 

Receba nossos conteúdos em primeira mão.