Data de publicação: 11 de Março de 2020, 10:51h, Atualizado em: 01 de Agosto de 2024, 19:30h
A população dos municípios pequenos do centro-sul fluminense precisa se prevenir das infecções sexualmente transmissíveis, as ISTs, como HIV, gonorreia, hepatites virais e sífilis. Essas doenças são transmitidas de uma pessoa a outra por meio de contato sexual desprotegido, ou seja, sem o uso da camisinha.
Na microrregião de Vassouras, onde estão os municípios de Mendes, Paracambi e outras quatro cidades fluminenses, as infecções por sífilis entre a população tiveram queda de 24%, em apenas um ano, de 2017 a 2018. Porém, apenas nos seis primeiros meses de 2019, a sífilis infectou 14 pessoas na região. Os dados são do DataSUS.
As autoridades em saúde alertam que a negligência no uso de camisinha e a crença de que essas doenças são problemas apenas das cidades grandes podem contribuir para aumento das ISTs, como explica o médico da Secretaria de Saúde, do estado do Rio de Janeiro, Alexandre Chieppe.
“Existem diversos motivos para a população de jovens ser mais acometida pelas infecções sexualmente transmissíveis. Primeiro, porque é um público que não viveu o período de grande incidência de HIV/Aids. Não conviveu com pessoas famosas, grandes ídolos, morrendo pela Aids. Então, há uma tendência de relaxamento em relação ao uso da camisinha, principalmente. Segundo, que é um público que tem tendência a se arriscar mais.”

O estado do Rio de Janeiro registrou, ao todo, quase 6 mil casos de sífilis, no primeiro semestre do ano passado e, nos últimos 10 anos, foram quase 20 mil casos registrados.
Além disso, o estado teve mais de 1,6 mil casos de HIV notificados, apenas nos seis primeiros meses de 2019. Já a Aids, doença causada pelo HIV, atingiu quase 98 mil pessoas, nos últimos 20 anos. As hepatites virais mataram 8,5 mil pessoas no estado, de 2000 a 2017. Os dados são dos últimos Boletimns Epidemiológicos divulgados pelo Ministério da Saúde.
A prevenção é a melhor forma de proteção das ISTs e o uso da camisinha é um hábito que precisa ser constante também entre os jovens dos municípios pequenos, como ressalta o diretor do Departamento de ISTs do Ministério da Saúde, Gerson Pereira.
“Se colocamos o jovem como prioridade nessa campanha é porque a gente sabe, olhando os dados de sífilis, das hepatites, do HIV/Aids, que essas doenças são mais frequentes, hoje, na população de 15 a 29 anos. A prevenção maior dessas doenças é o uso da camisinha.”
Este ano, o Ministério da Saúde pretende distribuir mais de 570 milhões de camisinhas. A quantidade representa um aumento de 12 por cento em relação ao número de camisinhas distribuídas no ano passado, quando foram enviadas 509,9 milhões aos estados.
Além disso, todas as unidades de saúde do SUS contam com testes rápidos ou laboratoriais para ISTs. Apenas para o diagnóstico da sífilis, serão distribuídos quase 14 milhões de testes rápidos em todo país.
Proteja-se! Usar camisinha é uma responsa de todos. Se notar sinais de uma infecção Sexualmente Transmissível (IST), procure uma unidade de saúde e informe-se. Saiba mais em: saude.gov.br/ist.