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A Boston Metal do Brasil inaugurou, em 7 de março, a primeira unidade mundial com a tecnologia Eletrólise de Óxido Fundido (MOE, na sigla em inglês), em Coronel Xavier Chaves (MG). A empresa irá extrair seletivamente metais de alto valor, como nióbio e tântalo, a partir de rejeitos de mineração, e transformar materiais complexos e de baixa concentração de metais em uma fonte de receita ao promover o uso mais eficiente dos recursos naturais.
Por utilizar eletricidade de fonte renovável para o processamento do rejeito e a separação dos metais de alto valor, a Boston Metal do Brasil em Coronel Xavier Chaves vai operar com baixa emissão de CO2.
“A MOE de Coronel Xavier Chaves é um vislumbre do futuro, o exemplo real de uma solução inédita, escalável, econômica e sustentável para a produção de metais e ligas a partir de uma grande variedade de matérias-primas”, disse Tadeu Carneiro, presidente e CEO de Boston Metal global, sediada em Woburn, nos Estados Unidos.
“A MOE promoverá a economia circular e o progresso sustentável da metalurgia”. A inauguração contou com a presença do governador de Minas Gerais, Romeu Zema, de representantes de mineradoras e empresas metalúrgicas brasileiras e internacionais, além de investidores da Boston Metal global.
A produção prevista é de 720 toneladas de metais de alto valor em 2024, mas, há planos de ampliar a capacidade para 10 mil toneladas/ano até 2026. Com isto, a Boston aumentará o número de empregados dos atuais 80 para 250. Outras unidades como a de Coronel Xavier Chaves deverão ser instaladas no Brasil. “Essas operações vão gerar receita e não nos desviarão de nosso objetivo maior, que é descarbonizar a produção de aço”, diz Tadeu Carneiro. O município de Coronel Xavier Chaves tem 3.500 habitantes e foi escolhida para sediar a primeira operação por oferecer boa combinação entre a oferta de matéria-prima e de energia limpa, além de estar inserida em um ambiente sociocultural favorável, com profissionais familiarizados com a atividade de mineração. A planta foi erguida em tempo recorde. “Nossa instalação é uma prova da dedicação e experiência de nossa equipe”, diz o brasileiro Itamar Resende, presidente da subsidiária brasileira.
Na tecnologia de Eletrólise de Óxido Fundido (MOE), o rejeito é inserido na célula MOE e submetido a uma corrente elétrica de elevada amperagem entre um anodo positivo, no topo da célula, e um catodo negativo, na parte inferior. A corrente elétrica irá promover a obtenção do metal desejado, liberando oxigênio e, ao mesmo tempo, gerando altíssimas temperaturas que derretem o material, que é então vazado pela parte inferior, com alto grau de pureza.
A célula MOE é modular e escalável de acordo com o volume de produção projetado. Para aumentar a capacidade, basta adicionar novas células ao processo. É também flexível. “Ela é viável mesmo a partir de minério ou rejeitos com níveis de concentração de metais muito abaixo do mínimo exigido hoje pelas indústrias do setor”, comenta Itamar Resende. A tecnologia MOE exige menor necessidade de capital quando comparadas a instalações metalúrgicas tradicionais. “Ela abre a possibilidade para que sejam instaladas unidades produtivas de pequena ou grande escala em qualquer lugar com acesso à matéria-prima e eletricidade, incluindo mercados emergentes, nos quais aumentará a demanda por metais nas próximas décadas devido à rápida urbanização”, afirma Tadeu Carneiro.
A tecnologia MOE chamou a atenção de investidores de grande relevância no mundo corporativo. Em três etapas bem-sucedidas de captação de funding, a Boston Metal levantou mais de US$ 350 milhões, atraindo investidores como a ArcelorMittal, BHP e Vale, a Microsoft e o Breakthrough Energy Ventures, fundo do bilionário Bill Gates para o investimento em soluções de energia sustentável. A Boston Metal é a única empresa que recebeu investimentos do IFC (braço privado do Banco Mundial) antes mesmo de começar a gerar receitas.
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