LOC.: O último relatório do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas alertou que o planeta Terra está a caminho de um aumento de temperatura entre 2,4°C e 2,6°C, em relação aos níveis anteriores à Revolução Industrial. Esses valores estão acima da meta de 1,5º C — estabelecida no Acordo de Paris. Especialistas, como o ecólogo David Montenegro Lapola, destacam que os compromissos atuais estão longe de conter esse avanço.
TEC./SONORA: David Montenegro Lapola, ecólogo
“A estratégia precisa traçar metas claras e ambiciosas para a gente reduzir nossa dependência de combustíveis fósseis. Qualquer outra solução proposta vai ser perder tempo, tempo que não temos mais. Precisamos reduzir a queima de combustíveis fósseis o mais rápido possível”
LOC.: Lapola é o atual coordenador científico do AmazonFACE — programa de pesquisas em ecologia de mudanças climáticas na Amazônia. Ele comenta o desmatamento no Brasil e a nossa situação, em relação a outros grandes países que estão entre os maiores poluentes do planeta.
TEC./SONORA: David Montenegro Lapola, ecólogo
"O Brasil, tirando a questão do desmatamento, que é nossa grande fonte de emissões, não é um big Player.Se China, Estados Unidos, Europa, Rússia e todos esses outros continuarem emitindo, nós vamos sofrer as consequências do mesmo jeito"
LOC.: O especialista ainda destacou que o setor industrial pode colaborar na redução dos impactos, no sentido de usar formas de energias mais limpas.
A Confederação Nacional da Indústria, a CNI, ressalta a importância de que todos os países desenvolvam planos nacionais para garantir o monitoramento e acompanhamento efetivo das metas.
A entidade destaca que o setor industrial é um dos pioneiros a assumir a responsabilidade de estimular a implementação dos compromissos climáticos no Brasil, principalmente em indústrias com intenso uso de energia, como a do cimento. Segundo a CNI, as emissões de gases de efeito estufa dos fabricantes desse setor no país são 11% menores do que a média mundial.
Reportagem, Luísa Guimarães. Narração, Sophia Stein