Data de publicação: 31 de Janeiro de 2019, 06:00h, Atualizado em: 31 de Janeiro de 2019, 14:20h
Por Thiago Marcolini
A estrutura do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI) de Santa Catarina proporciona, além do ensino de qualidade, condições para que cada vez mais catarinenses se capacitem para o mercado de trabalho. Ao todo, são 89 unidades, entre fixas e móveis, com 454 salas de aula e 726 laboratórios didáticos.
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Em mais de 247 municípios de Santa Catarina a população pode escolher cursos que vão desde o ensino médio até a qualificação profissional. Uma das histórias de sucesso do SENAI catarinenses é o do empresário Claudimar Bortolin.

Natural de Modelo, no interior do estado, mudou-se para São Miguel do Oeste com o sonho de seguir a carreira militar. Ao chegar na nova cidade, no entanto, matriculou-se no curso de torneiro mecânico do SENAI. “Após o curso tive uma grande oportunidade de ganhar um carro do meu pai e trocá-lo por um torno, e foi assim início da Torfresma”, resume o empresário.
Há 25 anos no mercado, a Torfresma é hoje referência no setor de máquinas e equipamentos industriais. Além de ter nome no mercado, a empresa de Bortolin também incentiva a busca pelo conhecimento. Por meio do movimento “A Indústria pela Educação”, em parceria como SESI, profissionais da empresa e familiares que ainda não concluíram os ensinos fundamental e médio possam voltar a estudar.
O próprio Bortolin vai terminar o ensino médio no SESI. “Eu não terminei o segundo grau porque eu me preocupei em sair do SENAI e ir trabalhar. Me preocupei em crescer com a Torfresma, em gerar emprego. Eu estou estudando e vou concluir meu segundo grau no EJA em uma unidade do SESI aqui em São Miguel”, explica.
O coordenador do Centro de Políticas Públicas do Instituto de Ensino e Pesquisa (Insper), Naercio Menezes, liderou um estudo sobre o desempenho da rede SESI e das demais redes de ensino, em 2017. Para ele, gestão e qualidade dos professores colocam a rede do SESI à frente das demais instituições de ensino.
“Seria importante para a sociedade se o SESI conseguisse transferir a tecnologia de gestão aplicada nas escolas que são bem-sucedidas para a rede pública, que atende muito mais alunos em todo o país. O que mais precisamos no Brasil é melhorar o aprendizado dos nossos alunos. Temos uma parcela muito grande dos estudantes que não sabem ler nem escrever mesmo no terceiro ano e que chegam no Ensino Médio com conhecimento muito ruim em Matemática", defende Naercio.
Futuro incerto
No entanto, o futuro das entidades do Sistema S, do qual fazem parte SESI e SENAI, pode estar ameaçado. Isso porque o Governo Federal, ainda no final do ano passado, sugeriu cortar verbas do repasse financeiro anual ao Sistema, como parte do esforço para controlar as contas públicas.
O governo ainda não confirmou valores, mas de acordo com as sinalizações, os cortes no total repassado ao Sistema podem variar de 30% a 50%.