Estudantes baianos garantem três medalhas para o Brasil na WorldSkills, maior competição de profissões técnicas do mundo

No Congresso Nacional, parlamentares ressaltaram que educação profissional é o caminho mais rápido para inserção dos jovens no mercado de trabalho

  • Repórter
  • Data de publicação:
  • Atualizado em:
Foto: arquivo pessoal

Seu navegador não suporta áudio HTML5

Áudio (03:18s)


Das 13 medalhas conquistadas pelo Brasil na WorldSkills 2019, competição conhecida como o mundial das profissões, três foram obtidas por estudantes da Bahia. Daniela Carneiro, de 22 anos, de Conceição do Coité, e os soteropolitanos Ítalo Gonçalves, de 20 anos, e Edmilson Silva Souza Neto, de 21 anos, levaram bronze no torneio.

A estudante competiu na WorldSkills pela primeira vez este ano e concluiu o curso técnico profissional de química, no SENAI de Feira de Santana. “Para mim, é uma felicidade imensa, porque é a primeira vez da minha modalidade. Estou feliz também por representar a Bahia. É só felicidade”, comemorou.

O também medalhista de bronze Ítalo Carlos Costa Gonçalves, de 20 anos, estudava eletrotécnica no SENAI CIMATEC em Salvador, quando despertou interesse em participar do mundial de profissões. Ele focou no objetivo de estar entre os melhores do país, venceu as seletivas locais, estaduais e nacionais, e se tornou o primeiro estudante da Bahia a ser selecionado para a WordSkills. Ítalo conquistou a medalha de bronze em mecatrônica, modalidade que é disputada em dupla. “Você tem que estar bem comunicado com o seu parceiro, sabendo o que cada um está fazendo - ainda mais em mecatrônica porque uma atividade depende da outra. A gente tem que estar bem sincronizado”, ressaltou.

Ítalo teve ao seu lado o estudante do SESI Edmilson Silva Souza Neto, que é filho de um técnico em eletrônica. O jovem conta que passou a infância montando e desmontando peças, placas e componentes eletrônicos, quando se apaixonou pela mecatrônica. “A área do meu pai é muito boa, mas não envolvia programação, que é a minha paixão”, disse o medalhista.

Repercussão no Congresso Nacional

A conquista das medalhas pelos estudantes brasileiros repercutiu entre os parlamentares no Congresso Nacional. O senador Angelo Coronel (PSD-BA) afirmou que o desempenho dos jovens demonstra que a formação técnica profissional é o caminho mais curto para inserção no mercado de trabalho. 

“O ensino técnico profissional é a solução para o Brasil, porque o jovem fica menos tempo em um banco de escola e, com isso, pode galgar cargos na indústria. Eu louvo muito o Sistema S por promover cursos profissionais”, opinou.

A deputada federal Alice Portugal (PCdoB-BA) revelou que a delegação brasileira deverá ser homenageada na Câmara dos Deputados pelo feito. A parlamentar destacou ainda o papel de instituições como SESI e SENAI na formação técnica dos jovens estudantes.

“Nós temos um êxito do Sistema S na formação técnica para jovens estudantes e trabalhadores. Essa atitude gera técnicos capacitados para atuarem no mercado de trabalho. Isso acarretou, inclusive, nessa premiação”, afirmou a deputada.

Na avaliação do deputado federal Daniel Almeida (PCdoB-BA), os cursos técnicos profissionais têm capacidade de mudar a realidade dos jovens brasileiros e de suas famílias. Para o congressista, Daniela, Ítalo e Edmilson devem ser vistos como inspiração para outros estudantes.

Quando um jovem se destaca, se torna orgulho para a família e para toda a comunidade. A formação técnica é essencial para qualquer economia, para qualificar mão de obra”, considerou.

Desempenho brasileiro

A delegação brasileira tem se estabelecido entre as equipes mais vitoriosas da WorldSkills. Foi a campeã na edição ocorrida em São Paulo, em 2015. Na edição de Abu Dhabi, nos Emirados Árabes Unidos, em 2017, alcançou o segundo lugar. Em 2019, além das 13 medalhas, a delegação tupiniquim garantiu, ainda, 28 certificados de excelência, em 28 ocupações técnicas profissionais.

Na edição deste ano, 1.354 jovens de 63 países participaram do torneio. O Brasil ficou em terceiro lugar na classificação geral. A China, que sediará a próxima WorldSkills, em 2021, na cidade de Xangai, ficou em primeiro lugar. A Rússia, anfitriã do torneio, conquistou a segunda posição.