Alunos da equipe The Kings / Arquivo Pessoal
Alunos da equipe The Kings / Arquivo Pessoal

ES: Semáforo autônomo que funciona por energia cinética disputa título do maior torneio de robótica do país

Equipe do SESI de Linhares foi uma das 100 selecionadas na FLL ao criar projeto que garante travessia segura dos pedestres da cidade

SalvarSalvar imagemTextoTexto para rádio

Alunos do SESI Linhares (ES) uniram as tecnologias de semáforos inteligentes e de pisos ecológicos para trazer acessibilidade às ruas da cidade. Isso porque o projeto é capaz de identificar carros, motos e pedestres, incluindo pessoas com mobilidade reduzida, e ampliar o tempo de travessia por meio dos sinais de trânsito. Esse mecanismo funciona a partir da energia gerada por movimento sobre uma superfície especial, conhecida como eco piso. A ideia rendeu aos estudantes uma vaga na etapa nacional do Torneio de Robótica FIRST LEGO League, que será disputado em São Paulo, a partir de sexta-feira (6).

O projeto surgiu depois que os jovens perceberam que o trânsito da cidade tem aumentado nos últimos anos e que a travessia dos pedestres ainda não era totalmente segura. Para tentar resolver o problema, Arthur Petronetto Loureiro, 15 anos, um dos integrantes da equipe, conta que os semáforos autônomos identificam a aproximação de pessoas ou objetos com 200 metros de distância e fecham em tempos variados, de acordo com a necessidade do pedestre, por exemplo. “Desenvolvemos esse projeto porque não vai beneficiar apenas motoristas e pedestres, mas também deficientes. Fomos na associação [de deficientes] e disseram se sentir excluídos. Esse foi mais um ponto para a gente melhorar a vida de todos no trânsito”, afirmou.

Após conquistar o segundo lugar geral na seletiva regional da FLL, Arthur e os colegas da equipe “The Kings” têm trabalhado para que o projeto esteja encorpado e preparam um protótipo para apresentar durante a competição na capital paulista. “Estamos ansiosos para a [etapa] nacional, fazendo o possível para mandar muito bem lá. Vamos levar basicamente aquilo que mostramos na regional, um pouquinho aprimorado, mas nossa ideia-base continua a mesma. A ansiedade é mínima, vamos mandar muito bem lá, se Deus quiser”, projeta Loureiro.

Valores e habilidades

Nos torneios de robótica FLL, os competidores são avaliados em quatro categorias: Projeto de Pesquisa, Desafio do Robô, Design do Robô e Core Values. Os grupos utilizam um aplicativo disponibilizado pela LEGO, com uma linguagem em blocos. A construção do robô é a grande atração dos torneios, mas não é a única prova. Além de mostrar conhecimento técnico, domínio da tecnologia, os estudantes precisam mostrar trabalho em equipe e compartilhar conhecimentos e habilidades. 

Para a professora de empreendedorismo e robótica e técnica da equipe, Rose Silva Pinheiro, o grupo encontrou dificuldade no início para identificar qual seria o projeto mais viável. Para chegar ao projeto final, Rose aponta a determinação dos alunos como fundamental alcançar a sonhada vaga na disputa nacional da FLL. “Acredito que [o diferencial] foi eles acreditarem no projeto, que era algo que valia a pena investir. A apresentação foi algo que fez a diferença, havia verdade e propriedade no que estavam falando, realmente pesquisaram e correram atrás”, relata a educadora. 

Essa experiência, para Rose, serve também para amadurecer os jovens e deixá-los mais preparados para a vida adulta. “A gente está a todo momento estimulando, ajudando, criando oportunidades para que os alunos cresçam. Vê-los crescer, desenvolver diferentes habilidades, é algo que realmente motiva, faz a diferença”, garante ela.  

A etapa nacional do Torneio de Robótica FIRST LEGO League reunirá 100 equipes de todo o Brasil, formadas por estudantes de 9 a 16 anos. A ideia é promover disciplinas, como ciências, engenharia e matemática, além da sala de aula. Este ano, os competidores terão que apresentar soluções inovadoras para melhorar, por exemplo, o aproveitamento energético nas cidades e a acessibilidade de casas e prédios.
 
O diretor de Operações do Departamento Nacional do SESI, Paulo Mol, ressalta que a elaboração dos projetos estimula a autonomia e o trabalho em equipe e contribui para a formação profissional dos alunos. “A questão do empreendedorismo é a base de todo o processo. Nesse torneio, uma das avaliações que é extremamente importante é a capacidade de empreender, de buscar coisas novas, de fazer com que o produto seja desenvolvido”, atesta.

 


 

Receba nossos conteúdos em primeira mão.