Foto: Divulgação/MIDR
Foto: Divulgação/MIDR

Cooperação internacional: missão brasileira que combateu incêndios florestais no Canadá retorna ao País

Composta por 104 pessoas, equipe contou com a participação de 20 integrantes do Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional (MIDR), por meio da Defesa Civil Nacional

SalvarSalvar imagemTextoTexto para rádio

ÚLTIMAS SOBRE DEFESA CIVIL


O Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional (MIDR) foi um dos protagonistas de uma ação humanitária que contribuiu para estreitar a cooperação bilateral entre o Brasil e o Canadá. Vinte servidores da Pasta integraram missão brasileira enviada ao país norte-americano para mais de um mês de intenso trabalho na contenção de incêndios florestais que atingem solo canadense desde janeiro deste ano. A equipe, composta por 104 especialistas, retornou ao Brasil nesta quarta-feira (23).

“Juntos, tornamos possível essa missão ao Canadá. Acreditamos firmemente que a cooperação internacional representa uma ferramenta fundamental para construir o desenvolvimento sustentável. O Brasil está comprometido com essa causa. Diante dos desafios que a mudança do clima nos impõe, esperamos ter contribuído para que os incêndios florestais no Canadá, um país amigo do Brasil, sejam controlados com a celeridade possível”, destacou a ministra substituta das Relações Exteriores, Maria Laura da Rocha.

O embaixador do Canadá no Brasil, Emmanuel Kamarianakis, foi um dos responsáveis por receber a equipe brasileira. Ele agradeceu o apoio da missão humanitária e reforçou a importância da cooperação entre os governos dos dois países. “Hoje, nos reunimos para expressar a nossa profunda gratidão pelos heróis e heroínas que enfrentaram os incêndios devastadores em nosso país. Já são os mais graves na nossa história. Todos ajudaram muito no combate a esse problema. Foi importantíssimo para nós”, enfatizou.

Líder-adjunto da operação, Wesley Felinto, da Defesa Civil Nacional, detalhou o trabalho realizado pela missão humanitária brasileira em solo canadense. “As nossas tropas foram designadas para os focos de incêndio. E o nosso trabalho na coordenação era fazer a interlocução entre nossos brigadistas e o governo canadense. Nossa atuação foi muito elogiada, tanto da área técnica quanto da operacional”, afirmou o. “Nesse trabalho, também pudemos conhecer as técnicas de combate usadas pelos canadenses e aprender com eles, de maneira a aprimorarmos a nossa atuação”, completou.

Desafios

Wesley Felinto recordou os obstáculos enfrentados na missão, iniciada no dia 21 de julho. Segundo ele, as baixas temperaturas, combinadas com o tipo de vegetação, provocaram resfriados nos brigadistas. “Lá, há principalmente pinheiros e araucárias, diferente do que estamos acostumados no Brasil, que têm uma resina que propaga o fogo com muita velocidade. Mas mesmo o local sendo afetado por incêndios, teve muita chuva, fazendo muito frio durante a noite, cerca de 10°C, com sensação térmica de 5ºC. Com o calor do combate, muitos brigadistas pegaram resfriado, mas tudo sob controle, com a equipe preparada”, contou.

A equipe brasileira trabalhou na extinção de focos de incêndio na região sul do Canadá, na fronteira com os Estados Unidos. Na província da Columbia Britânica, foram quase 400 incêndios ativos, dos quais 24 estavam fora de controle. “A fase de extinção de focos de calor é também conhecida como rescaldo. Após o primeiro combate às chamas, trabalhamos para garantir que esses focos não voltassem a atrapalhar, como questão de segurança. Assim, o fogo é contido e temos o controle de que não vai retomar”, explicou Felinto.

Coordenada pela Agência Brasileira de Cooperação (ABC) do Ministério das Relações Exteriores (MRE), a missão brasileira também contou representantes do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBIO) e da Força Nacional de Segurança Pública (FNSP), além de corporações de bombeiros militares dos estados do Acre, Amapá, Amazonas, Bahia, Ceará, Espírito Santo, Goiás, Maranhão, Mato Grosso, Minas Gerais, Pará, Paraíba, Paraná, Pernambuco, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Rondônia, Santa Catarina, São Paulo e Tocantins, além do Distrito Federal.

Por determinação legal interna do governo canadense, as despesas do Brasil com o envio da comitiva serão reembolsadas por aquele país, que também oferecerá aeronave para o transporte dos especialistas brasileiros e de seus equipamentos.

Receba nossos conteúdos em primeira mão.