LOC.: Com um aumento de 4% no último ano, as ciclovias brasileiras juntas somam 4,3 mil quilômetros de extensão. Mas tanto o número absoluto de ciclovias, quanto o percentual de crescimento delas, ainda é considerado muito pequeno diante do crescimento populacional do país.
Carlos Penna Brescianini é pesquisador em mobilidade urbana e foi por mais de 10 anos coordenador do Metrô-DF. Para ele, o crescimento ainda é muito pequeno, porque o Brasil se mantém como país rodoviarista e que não prioriza outros meios de transporte. O especialista avalia que não existe segurança para o ciclista se não houver segregação com o motorista.
Brescianini ainda ressalta que, para se ter um bom sistema de ciclovias, duas características são fundamentais.
TEC/SONORA: Carlos Penna Brescianini - pesquisador em mobilidade urbana
“A primeira coisa é que ciclovia tem de ser por inteiro, ela não pode ser seccionada. Tem de ser conectada de maneira segura que o ciclista faça todo o percurso em segurança, sem ficar disputando espaço com o automóvel.”
LOC.: Outro ponto fundamental para Brescianini é que haja integração com outros meios de transporte, como o metrô, por exemplo. Dois pontos essenciais e que ainda estão muito distantes da realidade brasileira, avalia o especialista.
Para debater essas e outras questões relativas ao uso da bike nas cidades, uma das associações de cicloativismo mais antigas do país — a Rodas da Paz — promove esta semana (entre 4 e 8 de setembro) o 13º Fórum Mundial da Bicicleta. Um evento que reúne cicloativistas e ciclistas de diversas partes do mundo para desenhar as prioridades ligadas ao modal.
“Salve o planeta, Pedale” é o tema desta edição do evento, explica a coordenadora de comunicação da Rodas da Paz — Ana Julia Pinheiro.
TEC/SONORA: Ana Julia Pinheiro, coordenadora de comunicação da Rodas da Paz
“Nossa luta é para que a bicicleta seja tratada com o mesmo status dos outros veículos. Ao contrário do carro, que quando se movimenta produz gás carbônico e gera efeitos negativos para o meio ambiente e para a saúde da coletividade, cada pessoa que deixa de usar um carro e usa uma bicicleta, ela deixa de poluir, ela cuida da própria saúde e deixa de ser um problema para o SUS.”
LOC.: O evento é gratuito, será na universidade de Brasília e inclui exposições, passeios ciclísticos, mostra de filmes e programação infantil. As inscrições por ser feitas pelo site www.bicicultura.org.br
Reportagem, Lívia Braz