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O Centro Nacional de Gerenciamento de Riscos e Desastres (Cenad) completou 20 anos em fevereiro com dedicação na proteção da população contra desastres naturais e tecnológicos. Criado pelo Decreto nº 5.376, em fevereiro de 2005, durante o primeiro mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o Cenad tem a missão de coordenar, de forma ágil e estratégica, ações de prevenção, preparação e resposta a emergências em todo o país.
O diretor do Cenad, Armin Braun, destaca como a instituição tem se preparado para os desafios da gestão de riscos e desastres no Brasil. Ele também ressalta a importância de aprimorar a rede de organizações do Governo Federal que produzem informações sobre alertas e avisos, essenciais para antecipar ações de preparação a desastres.
“Nós temos, dentro do Governo Federal, várias agências que produzem informações meteorológicas, hidrológicas, geológicas e também sobre outros riscos. Além dos riscos naturais, há também os riscos tecnológicos. Precisamos integrar todas essas agências. Na prática nós já fazemos isso, mas o que precisamos é estruturar melhor esse processo no formato de uma grande rede de monitoramento e alerta de desastres no Brasil", afirmou. Desastres naturais têm origem em fenômenos da natureza, enquanto desastres tecnológicos resultam da ação humana, como falhas operacionais ou acidentes em infraestruturas
Integrado à Secretaria Nacional de Proteção e Defesa Civil do Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional (MIDR), o Cenad foi totalmente modernizado em 2011, durante o governo da presidente Dilma Rousseff, para operar ininterruptamente, 24 horas por dia, incluindo fins de semana e feriados. Sua equipe é composta por diversos servidores de especialidades como meteorologistas, químicos e assistentes sociais, todos trabalhando em sinergia para monitorar e responder a eventos adversos.
A estrutura do Cenad está dividida em duas frentes principais. A primeira, Articulação, Estratégia, Estruturação e Melhoria Contínua, focada na preparação e resposta a desastres, com ênfase na mobilização para atendimento às vítimas. A segunda, Ação Permanente de Monitoramento, Alerta e Disseminação de Informações, responsável pelo monitoramento constante de informações sobre possíveis desastres, visando reduzir impactos e preparar a população.
Entre os principais marcos em 2024, o Cenad lançou o Defesa Civil Alerta (DCA) - uma ferramenta inovadora que emite sinais sonoros nos celulares dos cidadãos em casos de desastres eminentes. Esse sistema permite que as pessoas sejam alertadas sobre a possiiblidade de ocorrência de um desastre em nivel severo e muito severo, minimizando riscos e potencialmente salvando vidas. A iniciativa reforça o compromisso do Cenad com o uso de tecnologias avançadas para aprimorar a comunicação e a segurança da população. O sistema do Defesa Civil Alerta faz parte da plataforma Interface de Divulgação de Alertas Públicos (IDAP).
O coordenador-geral de Monitoramento e Alerta do Cenad, Tiago Molina Schnorr, explica que os alertas passaram por uma grande evolução ao longo dos anos, tornando a população cada vez mais resiliente. “O primeiro mecanismo de alerta em execução no Brasil foi feito em 2016 a partir de uma parceria com o Google. Em 2017, começamos um projeto de envio de alertas via SMS e, em 2019, expandimos para os aparelhos de TV por assinatura. Em 2021, lançamos o primeiro chatbot para envio de alertas pelo Telegram e, em 2022, a mesma experiência foi replicada no WhatsApp. Vale destacar que a parceria com o WhatsApp é um projeto-piloto no mundo. Por fim, em 2024, atingimos o ápice da tecnologia mundial em alertas de desastres com a cell broadcasting, o "Defesa Civil Alerta", explicou.
Outro grande marco da instituição foi a coordenação e manutenção da Operação Carro-Pipa, programa do Governo Federal que leva água potável para comunidades afetadas por estiagem e seca no semiárido brasileiro; e do Grupo de Apoio a Desastres (GADE), equipe técnica multidisciplinar, composta por especialistas em ações de proteção e defesa civil capacitados para apoiar estados e municípios com celeridade na elaboração dos processos de reconhecimento federal na solicitação de recursos proporcionando rapidez no atendimento da população.
O Cenad também foi responsável pela criação do Sistema Integrado de Informação sobre Desastres (S2ID), lançado em 2012 para registrar desastres ocorridos nos municípios, consultar e acompanhar os processos de reconhecimento federal de situação de emergência ou estado de calamidade pública e solicitação de recursos para ações de proteção e defesa civil. O S2ID informatiza processos e disponibiliza informações sistematizadas, proporcionando maior transparência à gestão de riscos e desastres no Brasil.
Outra iniciativa de destaque é o Atlas Digital, plataforma que permite visualizar dados sobre desastres no Brasil de forma estruturada, com gráficos, tabelas e mapas detalhados sobre as ocorrências e danos em cada município. A ferramenta auxilia na tomada de decisão sobre investimentos e políticas públicas para a redução de desastres.
Parcerias Estratégicas
Para cumprir sua missão, o Cenad mantém parcerias com diversos órgãos federais, fortalecendo a capacidade de preparação e resposta a desastres, proporcionando maior eficácia das ações de proteção e defesa civil em todo o país e em apoios internacionais. O Centro recebe informações sobre previsão do tempo, condições geológicas, monitoramento de placas tectônicas, acompanhamento de bacias hidrográficas e controle de queimadas. Essas informações são processadas e repassadas aos órgãos de Proteção e Defesa Civil estaduais e municipais conforme a gravidade dos eventos.
No ano passado, o presidente Lula reestruturou o Cenad, promovendo melhorias e ajustes no plano de gestão e estrutura dos cargos, além da criação de uma gratificação para as ações de proteção e defesa civil. A expectativa é que em 2025, o Centro receba novos servidores a partir da inclusão do MIDR no Concurso Nacional Unificado (CNU). Ao longo de 20 anos, o Cenad se consolidou como um pilar fundamental da defesa civil brasileira, combinando domínio técnico, inovação tecnológica e parcerias estratégicas para proteger vidas e minimizar os impactos dos desastres no Brasil.
Fonte: MIDR
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