LOC.: A partir de segunda-feira (31), cães e gatos devem ser vacinados contra a raiva na Bahia. A campanha deste ano vai até 9 de setembro, com o Dia D marcado para 1º de setembro, e inclui os 417 municípios do estado, com estratégias de vacinação adequadas a cada território.
Mesmo em um cenário de diminuição da raiva em cães e gatos, as autoridades de saúde monitoram a circulação do vírus e, principalmente, identificam a variante viral envolvida em caso positivo de raiva nessas espécies. Este mapeamento permite a adoção de medidas de controle necessárias em cada situação. Por isso, o veterinário Lucas Edel explica que a vacinação é a principal forma de prevenção, uma vez que a raiva é uma doença letal.
TEC/SONORA: Lucas Edel - Veterinário
“A vacina antirrábica é a principal forma de prevenção da raiva nos animais. Então a gente tem vacina antirrábica para cães e gatos e nós temos vacina antirrábica para animais de produção, principalmente os bovinos e equinos. Então a gente sabe de acordo com as evidências que o meio para a gente evitar e reduzir a circulação do vírus rábico no nosso território, é por meio da vacinação. Então é extremamente importante, quem é dono de pet que faça a vacinação contra raiva até porque a raiva é uma doença letal. A raiva não tem cura! O animal não evolui para uma cura, não tem tratamento para raiva nos animais. Então infelizmente todos os animais desenvolvem a doença, o vírus, acaba evoluindo para o óbito”.
LOC.: Não se sabe ao certo o período de transmissibilidade do vírus em animais silvestres. No entanto, sabe-se que os quirópteros podem abrigar o vírus por longos períodos, sem sintomas aparentes, daí a importância da vacinação, como explica Lucas Edel.
TEC/SONORA: Lucas Edel - Veterinário
“A raiva manifesta um quadro neurológico nos animais e nos seres humanos. Então geralmente o vírus ele entra por meio de uma mordedura, de um morcego, de um outro próprio cão, enfim ali onde mordeu, aquele vírus vai migrar para o sistema nervoso central desse animal ou daquele ser humano e vai causar um processo inflamatório, e aí consequentemente esse processo inflamatório é irreversível esses danos. E aí geralmente o paciente apresenta quadros e sintomas neuro, sinais neurológicos, convulsões, e consequentemente evolui para uma parada cardiorrespiratória e consequentemente o óbito".
LOC.: De acordo com o Ministério da Saúde, foram confirmados 16 casos de raiva canina e felina no Brasil em 2022. Dessas ocorrências, oito foram causadas por variante de morcego e três por variante de canídeos silvestres (cães, lobos, chacais, coiotes e raposas). Em outros cinco casos, o sequenciamento viral ainda está em análise. Na Bahia, apesar de o estado não ter registrado casos de raiva em cães e gatos no primeiro semestre de 2023, 31 animais, entre silvestres e animais de produção, foram diagnosticados com o vírus da raiva. Os dados são da Laboratório Central de Segurança Pública.
Reportagem, Daniela Gomes