Equipe do SESI de Ourinhos (SP) desenvolveu um app semelhante a um GPS de vagas/ foto: arquivo pessoal
Equipe do SESI de Ourinhos (SP) desenvolveu um app semelhante a um GPS de vagas/ foto: arquivo pessoal

Aplicativo que funciona como “GPS de vagas” pode reduzir procura por estacionamento em centros urbanos

Projeto foi desenvolvido por sete estudantes do SESI Ourinhos (SP) e foi um dos 100 selecionados para torneio nacional de robótica, em São Paulo

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Um grupo de sete alunos do SESI de Ourinhos (SP), com idades entre 11 e 16 anos, desenvolveu aplicativo para celular que promete facilitar a vida dos motoristas na hora de estacionar o carro. O projeto, batizado de “Park’n View”, mostra de forma visual e auditiva a localização de vagas disponíveis em bairros ou ruas próximas. A inovação será apresentada na etapa nacional do Torneio SESI de Robótica FIRST Lego League (FLL), no início de março, em São Paulo.

A estudante Ana Clara Rodrigues, de 13 anos, uma das idealizadoras e integrante da equipe “Robotics School”, conta que o grupo se preocupou em conversar com a comunidade e autoridades que controlam o trânsito de Ourinhos para saber se o projeto funcionaria na prática. O retorno, segundo ela, foi “positivo”. Para seguir com o desenvolvimento do aplicativo, os alunos tiveram o aval de órgãos como a Câmara Municipal, a prefeitura, a Secretaria de Trânsito e a Guarda Mirim local. 

Além de funcionar como um “GPS de vagas”, o Park’n View permite ainda que o motorista faça o pagamento da Zona Azul – sistema que disponibiliza vagas localizadas na área central da cidade – pelo próprio celular, sem a necessidade de usar cartão físico.

“Nossas expectativas estão muito altas, ainda mais depois da experiência que ganhamos nesse torneio e de todas as amizades que nós levaremos para a vida”, projeta Ana Clara sobre a participação na FLL.

Gustavo Foz, também de 13 anos, explica que a plataforma é compatível com os sistemas Android e iOS e tem como função principal reduzir o tempo que as pessoas passam no trânsito. “Percebemos que esse problema alcançava a população inteira, todos que paravam nos centros urbanos já passaram por isso. Encontrar vagas pode ser um processo muito demorado”, afirma o jovem.

Quem trafega pela capital paulista, por exemplo, sabe bem o que é isso. Como uma frota estimada em 8,6 milhões de veículos, São Paulo está entre as 12 piores cidades do mundo para dirigir, segundo pesquisa de uma empresa alemã de peças e acessórios automotivos. Para encontrar uma vaga e estacionar o carro, o motorista perde, em média, até uma hora do dia.

O técnico da equipe do SESI Ourinhos, André Melo, aponta ainda que a iniciativa pode gerar uma economia aos cofres públicos do município. Isso porque, segundo ele, a prefeitura gasta R$ 7 mil mensais apenas com a impressão de talões para a Zona Azul, vendidos por agentes da Guarda Mirim.

“Eles [Guarda Mirim] são adolescentes responsáveis pela venda do talão da Zona Azul. Foi muito importante a aprovação deles, porque pensamos que, com o aplicativo, fosse diminuir a quantidade de jovens trabalhando. Ao contrário do que pensamos, eles ficaram contentes com o aplicativo porque vai otimizar o trabalho, além de reduzir custos”, garante.

Crédito: Italo Novais (Agência do Rádio Mais)

Robótica em sala de aula
O Torneio de Robótica FIRST LEGO League reúne 100 equipes formadas por estudantes de 9 a 16 anos e promove disciplinas, como ciências, engenharia e matemática, em sala de aula. De 31 de janeiro a 16 de fevereiro, haverá as disputas regionais. Os melhores times garantem vaga na etapa nacional, que ocorre entre 6 e 8 de março, em São Paulo.

O objetivo é contribuir, de forma lúdica, para o desenvolvimento de competências e habilidades comportamentais exigidas dos jovens. Todo ano, a FLL traz uma temática diferente. Em 2020, os competidores terão que apresentar soluções inovadoras para melhorar, por exemplo, o aproveitamento energético nas cidades e a acessibilidade de casas e prédios.

Para o supervisor técnico educacional do SESI São Paulo, Ivanei Nunes, a competição é um divisor de águas para os estudantes.
“Provocá-los com problemas do mundo real – e problemas complexos – ajuda no desenvolvimento daquilo que esses jovens vão encontrar no futuro, quando eles estiverem indo para o mercado de trabalho”, avalia Nunes. 
 

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