Data de publicação: 02 de Maio de 2019, 19:26h, Atualizado em: 01 de Agosto de 2024, 19:26h
Dores de cabeça, calafrios, náuseas, dores nas articulações e até sequelas. É assim que o servidor público João Pinheiro de 58 anos, morador de Manaus, descreve os sintomas da malária. Ele conta que durante 27 anos de sua vida, por conta do trabalho, morou em regiões onde a quantidade de casos era elevada, mais especificamente no Alto Rio Negro. Neste período, João foi infectado 12 vezes pela doença. Da última vez, acabou sofrendo com o tipo mais grave da malária, a Falciparum e, até hoje, sofre algumas dores nas articulações por conta disso.
João destaca a importância de se descobrir a malária o quanto antes e de manter o tratamento até o final.
“O atendimento precoce é muito importante, ainda mais se você circula pelas áreas endêmicas. Qualquer dor de cabeça que você sentir, ou qualquer um dos sintomas que possam ser da malária, você precisa procurar de imediato o tratamento oportuno. É muito importante seguir o tratamento correto da doença para que você não sofra nenhuma sequela. Isso pode ser um inchaço no baço, uma sequela no fígado, porque a malária fica encubada no fígado e isso pode causar sequelas”, disse.

A malária é uma doença que conta com fatores geográficos. A presença da mata favorece a multiplicação do transmissor: a fêmea infectada do mosquito chamado Anopheles – popularmente conhecido como mosquito carapanã.
De acordo com o Ministério da Saúde, 99% dos casos confirmados se concentram na chamada região Amazônica. Como não poderia deixar de ser, o estado do Amazonas é um dos que mais sofre com a quantidade de casos, e o combate à doença e ao transmissor já fazem parte da rotina.
No entanto, após os anos de 2015 e 2016 terem registrado os menores números de casos da série histórica, veio à surpresa. Em 2017, a quantidade de casos saltou 65%. Ao todo, foram registradas 82.600 pessoas com a doença. O número de casos se manteve alto em 2018, apesar da diminuição. A Secretaria Estadual contabilizou, ao todo, mais de 73 mil casos em todo o estado.
A diretora-presidente da Fundação de Vigilância em Saúde do Amazonas (FVS-AM), Rosemary Costa Pinto, detalha a disposição do estado para tentar lidar com a situação.
“Nós temos mais de mil laboratórios distribuídos em todo o Amazonas. Tanto os laboratórios comuns, quanto nas unidades de saúde e unidades hospitalares. Isso facilita o acesso da população”, afirma.
Além disso, Rosemary destaca a distribuição de telas de proteção para a população, além da conscientização sobre o diagnóstico e o tratamento ser feito até o fim.
Em 2019, segundo a Secretaria Estadual de Saúde, o Amazonas já contabiliza mais de 11 mil casos no primeiro trimestre. São Gabriel da Cachoeira, Barcelos e Manaus são os municípios com mais registros até então. Para mais informações acesse saude.gov.br/malaria. Ministério da Saúde, Governo Federal. Pátria Amada Brasil.