REPÓRTER: Uma nova lei do Código de Trânsito Brasileiro está fazendo os motoristas terem que exercitar a memória: o uso do farol baixo em rodovias durante o dia. O motorista que violar a norma já está sujeito à multa no Brasil.
Mas nem sempre é fácil mudar os hábitos. É o caso de Maria Aparecida Machado, que tem 65 anos de idade e há 40 anos dirige com os faróis desligados durante o dia. A aposentada que mora em Brasília, explica que está com medo de ter sido multada, já que às vezes se esquece de ligar as luzes, mesmo tendo colocado um lembrete no volante.
SONORA: Maria Aparecida Machado, aposentada
“O hábito de ter dirigido a vida inteira sem o uso do farol e agora aos 65 ter que adquirir esse habito, é complicado. E eu pego vários trechos de estradas que precisam do uso do farol. E tem horas que eu me dou conta de que não liguei o farol. Apesar de ter colocado um lembrete no volante: ‘farol aceso’ a gente acostuma com o bilhete e acaba não ligando toda hora. Chegando ao final do trajeto eu percebi que não havia ligado o farol”.
REPÓRTER: De acordo com o Ministério da Saúde, só no ano de 2014, quase 44 mil pessoas morreram e cerca de 127 mil foram internadas pelo Sistema Único de Saúde por causa de acidentes de trânsito no Brasil.
Com a chegada das festas de final de ano os acidentes de carro costumam aumentar ainda mais. O especialista em educação e segurança no trânsito, Eduardo Biavati, lembra que ligar os faróis durante o dia é uma medida simples e barata, que pode contribuir para melhorar a segurança dos motoristas.
SONORA: Eduardo Biavati, especialista em educação e segurança no trânsito
“Como agora a gente está chegando ao final do ano e vamos entrar no período de Natal, Réveillon, férias escolares e depois já emenda com carnaval... Então assim: eu acho que seria legal as pessoas terem em mente que, como é um período de muitas viagens de férias e lazer para milhões de pessoas, não custaria nada a gente tentar se proteger melhor, assumindo como um hábito permanente o uso do farol baixo”.
REPÓRTER: De acordo com Departamento Nacional de Trânsito, Denatran, mais de 255 mil multas já foram aplicadas a condutores que não ligaram o farol em rodovias durante o dia, em todo o Brasil, em 2016. Francisco Garonce, que é coordenador Geral de Educação para o Trânsito do Departamento Nacional de Trânsito, Denatran, explica como a fiscalização costuma ser feita.
SONORA: Fernando Garonce,coordenador Geral de Educação para o Trânsito do Departamento Nacional de Trânsito
“A fiscalização é visual. Então o que têm-se feito atualmente, não só a Polícia Rodoviária Federal, mas todos os órgãos executivos do sistema nacional de trânsito, através do agentes de fiscalização de trânsito, que são habilitados para, durante o horário de serviço, fazer essa visualização, essa fiscalização e registrar as placas dos veículos que não estiverem cumprindo”.
REPÓRTER: O problema é que algumas rodovias passam dentro das cidades e, muitas delas têm várias entradas e saídas. Às vezes, não há sinalização em todas elas. Nesses casos, mesmo que o motorista não possa ser multado, ainda é recomendado o uso do farol baixo para melhorar a visibilidade do carro. Por isso, o coordenador geral de Educação para o Trânsito, Francisco Garonce, aconselha que os motoristas andem sempre com os faróis acesos.
SONORA: Fernando Garonce,coordenador Geral de Educação para o Trânsito do Departamento Nacional de Trânsito
“Saiu de casa: acenda o farol. Por quê? Andar com o farol baixo aceso não é proibido em nenhuma situação. Então se você sair de casa com ele aceso, você já não corre o risco de ser notificado, além de que você vai estar ajudando o trânsito no sentido de ser melhor visualizado”.
REPÓRTER: Trafegar de faróis apagados em uma rodovia é uma infração média. As multas só podem ser aplicadas onde há placas que sinalizem que aquele trecho é uma rodovia; normalmente são as BRs. BR-001, por exemplo. Ou, se for estadual, a placa deve começar com a sigla do estado: MG para Minas Gerais, BA, para Bahia e assim por diante. O motorista que desrespeitar a norma pode levar multa de 131 reais.
Reportagem, Bruna Goularte