TRABALHO INFANTIL: Marcha de Belém leva 15 mil pessoas às ruas

Organizada pelo Programa de Erradicação do Trabalho Infantil, do Tribunal Regional do Trabalho da Oitava Região, com o apoio do Tribunal de Justiça do Pará e de mais trinta entidades parceiras, a Marcha de Belém foi a primeira manifestação pública do País contra uma ilegalidade que inviabiliza a infância e compromete o futuro de quase quatro milhões de crianças e adolescentes brasileiros. 

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LOC/REPÓRTER: Organizada pelo Programa de Erradicação do Trabalho Infantil, do Tribunal Regional do Trabalho da Oitava Região, com o apoio do Tribunal de Justiça do Pará e de mais trinta entidades parceiras, a Marcha de Belém foi a primeira manifestação pública do País contra uma ilegalidade que inviabiliza a infância e compromete o futuro de quase quatro milhões de crianças e adolescentes brasileiros. Coordenador Nacional do Programa de Erradicação do Trabalho Infantil do Tribunal Superior do Trabalho – o TST -, o ministro Lélio Corrêa Bentes esteve em Belém e saudou a manifestação de civismo e cidadania dos paraenses, considerada por ele como parte do esforço coletivo para erradicar o trabalho infantil no país.
TEC/SONORA: Lélio Corrêa Bentes, ministro do TST e coordenador nacional do Programa de Erradicação do Trabalho Infantil.
"Essa campanha é fundamental, demonstra o compromisso de toda a sociedade paraense com o objetivo da erradicação do trabalho infantil. O Brasil assumiu o compromisso internacional, com vários outros países, de erradicar o trabalho infantil em 2020. O desafio é grande. São mais de três milhões e 800 mil crianças e adolescentes que ainda trocam o estudo pelo trabalho precoce, mas com essa mobilização, com esse compromisso, com a conscientização de toda a sociedade nós vamos ter a capacidade de cumprir esse objetivo".
LOC/REPÓRTER: O Tribunal de Justiça do Pará é parceiro do Tribunal Regional do Trabalho da Oitava Região no combate ao trabalho infantil desde julho do ano passado, quando um acordo de cooperação técnica foi assinado e uma comissão interinstitucional foi criada para atuar em conjunto. Presente durante a marcha no último domingo, representando o presidente do Tribunal de Justiça do Pará, desembargador Constantino Guerreiro, o coordenador estadual de Infância e Juventude do TJPA, desembargador José Maria Teixeira do Rosário, disse que o principal objetivo de levar a campanha às ruas é a conscientização da sociedade.
TEC/SONORA: Desembargador José Maria Teixeira do Rosário, coordenador estadual de Infância e Juventude do TJPA.
"A importância da marcha é conscientizar a sociedade de que as crianças realmente devem brincar e estudar, nunca trabalhar”.
LOC/REPÓRTER: Representante do Tribunal de Justiça do Pará na Comissão Estadual de Combate ao Trabalho Infantil e titular da Terceira vara da infância e juventude de Belém, o juiz Vanderley Oliveira considerou a Marcha de Belém um marco histórico para a justiça brasileira, por trazer a público o debate sobre um tema relevante não apenas para as discussões acadêmicas, mas para a vida de milhares de crianças e jovens brasileiros.
TEC/SONORA: Juiz Vanderley Oliveira, integrante da Comissão Estadual de Combate ao Trabalho Infantil.
"Este pontapé inicial que está sendo dado aqui em Belém do Pará, certamente vai repercutir em todo o Brasil e no dia 12 de junho, que é a marcha nacional, certamente vai consolidar ou consumar de forma plena este momento que se inicia exatamente aqui em Belém do Pará”.
LOC/REPÓRTER: Titular da 5ª vara do Trabalho de Belém, integrante da comissão nacional e uma das gestoras regionais do Programa de Erradicação do Trabalho Infantil, a juíza Zuíla Lima Dutra assinalou que a Marcha de Belém é apenas uma das várias ações em curso para o combate ao trabalho infantil no Pará.
TEC/SONORA: Juíza Zuíla Lima Dutra, organizadora da Marcha de Belém.
“Nós temos por exemplo uma ação de qualificação profissional dos jovens a partir de 14 anos, que já está ocorrendo, com jovens selecionados na periferia de Belém. Nós estamos promovendo uma pesquisa inédita no Brasil, que é conhecer a problemática da infância no olhar das crianças e adolescentes. Nós estamos aplicando um questionário em todas as escolas públicas estaduais e municipais do estado do Pará. O resultado dessa pesquisa vai ser analisado pelo Instituto de Pesquisas Científicas da Universidade Federal do Pará e a partir daí nós vamos conhecer os motivos da evasão escolar, os focos do trabalho infantil por município e as aspirações de crianças e adolescentes quanto às políticas públicas”.
LOC/REPÓRTER: Números do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) indicam que há 198 mil crianças e adolescentes em situação de trabalho ilegal no Pará, a grande maioria empregada naquele que é considerado uma das mais degradantes formas de trabalho infantil – o serviço doméstico.
Reportagem, Edir Gaya
 

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