SUL: Três hospitais da região vão participar de projeto de incentivo ao parto normal

O objetivo do projeto é incentivar o parto normal e reduzir a ocorrência de cesarianas desnecessárias, tanto na saúde suplementar como no sistema público.

SalvarSalvar imagem
SalvarSalvar imagem

REPÓRTER: Três hospitais públicos e particulares da Região Sul foram selecionados para participar do projeto de incentivo ao parto normal. A escolha foi anunciada na última semana, no Rio de Janeiro, pelo Ministério da Saúde, Agência Nacional de Saúde Suplementar e pelo Hospital Israelita Albert Einstein. O objetivo do projeto é incentivar o parto normal e reduzir a ocorrência de cesarianas desnecessárias, tanto na saúde suplementar como no sistema público. Na região vão participar do programa um hospital do Paraná, outro em Santa Catarina, e mais um no Rio Grande do Sul, estado onde mora a servidora pública Karen Carvalho. Ela está grávida do primeiro filho e conta que decidiu pelo parto normal depois que pesquisou os benefícios do procedimento.

SONORA: servidora pública– Karen Carvalho

“Essa pesquisa foi o que me fez pensar no parto normal e não na cesariana. Na verdade, quando tu engravidas a primeira coisa que se pensa é pela praticidade em relação ao horário e esse tipo de coisa de uma cesariana. Mas depois quando tu vai ler e que tu vês os benefícios para a criança, por tudo que eu li, a cesariana é uma intervenção cirúrgica, então ela deve ser utilizada nos casos que tem algum risco para o bebê ou para a mãe e aí justifique uma intervenção cirúrgica. Se não, os médicos e todos os locais que eu li, todos recomendam o parto normal para os benefícios para o bebê. E isso tudo leva a crer que o parto normal é o mais indicado.”

REPÓRTER: Atualmente, no Brasil, 84 por cento dos partos nas instituições privadas e 40 por cento no sistema público são cesarianas. Quando não tem indicação médica, este tipo de parto aumenta em 120 vezes a probabilidade de problemas respiratórios para o recém-nascido e triplica o risco de morte da mãe. O ministro da Saúde, Arthur Chioro, explica que a intenção é conscientizar toda a rede obstétrica do país.

SONORA: ministro da Saúde - Arthur Chioro


“Isso aumenta a mortalidade materna, aumenta a mortalidade infantil, aumenta a prematuridade e nós precisamos, juntos, encontrar soluções. Isso significa reorganizar a assistência obstétrica, reorganizar o papel das operadoras. Nós temos a necessidade de interromper o crescimento anual da taxa de cesarianas. Mas nós entendemos que as mudanças serão nas circunstâncias que a cesariana precisa ser indicada e o parto normal nas condições que o parto normal deve e pode ser praticado.”

REPÓRTER: De acordo com o chefe do Serviço Médico de Ginecologia e Obstetrícia do Hospital Moinhos de Vento, em Porto Alegre, Marcos Wengrover Rosa, o incentivo ao parto normal vai reduzir os riscos para a mãe e o bebê. 

SONORA: chefe do Serviço Médico de Ginecologia e Obstetrícia do Hospital Moinhos de Vento – Marcos Wengrover Rosa

“Sem dúvida nenhuma a gente vai ter menos bebês internados em UTI Neonatal por problemas respiratórios ou por questões adaptativas, se a gente deixar que o parto ocorra no momento correto, que se desencadeie natural e espontaneamente. Nós vamos ter muito menos complicações cirúrgicas para as mães, nós vamos ter muito menos dificuldades de iniciar a lactação. Então, quando o processo ocorre de uma maneira natural, ele tem muito mais chances de ter menos morte, de ter menos risco, de ter menos sofrimento, tanto para o bebê, quanto para a mãe.”

REPÓRTER: Para conhecer os hospitais e as maternidades da Região Sul que foram selecionados para participar do projeto que incentiva o parto normal acesse o site do Ministério da Saúde. O endereço é www.saude.gov.br.

 

Reportagem, Diane Lourenço

Receba nossos conteúdos em primeira mão.