Divulgação SENAI
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SP: Jovem de Pederneiras disputa vaga na maior competição de educação profissional do mundo

WorldSkills vai ocorrer de 22 a 27 de agosto, na Rússia

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Do interior de São Paulo e de família humilde, Leonardo Eleuterio, 22 anos, está prestes a representar o Brasil na maior competição de educação profissional do mundo. Ele está entre os 63 jovens selecionados para disputar uma vaga na equipe brasileira que irá competir na WorldSkills. A 45ª edição do desafio ocorrerá de 22 a 27 de agosto, no Centro Internacional de Exposições KAZAN EXPO em Kazan, na Rússia. 

O paulista vai competir na modalidade tornearia CNC (Computer Numerical Control), uma das que os brasileiros são, tradicionalmente, os melhores do mundo. O técnico em tornearia CNC opera e programa a máquina computadorizada que permite moldar e girar a matéria-prima para a fabricação de peças para automóveis, equipamentos agrícolas e próteses, por exemplo. Nesta categoria, o Brasil possui duas medalhas de ouro, uma de prata e cinco diplomas de excelência.

Leonardo foi classificado na etapa estadual em 2017, em São Carlos e na nacional, em 2018, realizada na em Santa Bárbara D’Oeste, na Romi, reconhecida mundialmente como a maior fabricante de tornos. “É bem difícil, mas o esforço valeu a pena. Hoje a gente está aí na parte mundial. A gente treina muito para chegar até aqui e quando a gente consegue um resultado é muito gratificante, a gente só tem a agradecer mesmo pelo apoio do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI) pelo treinamento. A sensação é muito boa”, destaca. 

Desde pequeno, mora em Pederneiras, com os pais. A mãe é doméstica e o pai é dono de uma oficina que faz adaptações em ônibus. Na família, o jovem encontrou o maior incentivo para seguir este caminho. Em 2013, quando ainda estava no ensino médio, ingressou no curso de aprendizagem industrial em mecânica de usinagem do SENAI,. 

O objetivo era conseguir um emprego. Se tornou aprendiz em uma indústria, onde trabalhou por dois anos. “Foi nesses dois anos que eu descobri o que eu queria para a frente, para o futuro”, afirma Leonardo. Mas o curso não rendeu somente uma vaga no mercado de trabalho. Leonardo também foi convidado a participar da Olimpíada do Conhecimento. Começou a treinar em 2016 e hoje está na última fase de treinamentos, em Belo Horizonte, Minas Gerais. Em seguida, partirá para a segunda etapa, em Joinville, Santa Catarina.

Confiante, Leonardo garante que se esforçará para trazer mais uma premiação para o Brasil. “A gente está treinando forte aqui. A gente pensa sempre na medalha de ouro e sempre dando o melhor, então, se Deus quiser, vai dar tudo certo”, idealiza.

Educação Profissional
Assim como para Leonardo, a educação profissional impacta positivamente a vida de diversos jovens no Brasil. Em 2017, cerca de 80% dos estudantes que concluíram cursos técnicos no ano passado foram inseridos no mercado de trabalho já no primeiro ano. De acordo com levantamento do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI), o curso técnico é o caminho mais rápido para a inserção qualificada do jovem no mundo do trabalho e também uma opção para o trabalhador desempregado em busca de recolocação no mercado. O salário de um profissional técnico varia entre R$ 8,5 mil e R$ 12 mil.

Segundo o diretor-geral do SENAI, Rafael Lucchesi, o país tem potencial em educação profissional. “O Brasil tem sido representado pelo SENAI e pelo Senac, que tem as ocupações mais da área do comércio e serviços, e o Brasil fica sempre entre os primeiros colocados”, afirma.

A competição
A WorldSkills é realizada a cada dois anos e reúne os melhores alunos de países das Américas, Europa, Ásia e África e Pacífico Sul para disputarem medalhas em modalidades que correspondem às profissões técnicas da indústria e do setor de serviço. Há mais de 65 anos, a competição reúne jovens qualificados de todo o mundo, selecionados em olimpíadas de educação profissional de seus países, realizadas em etapas regionais e nacionais.  

Cada jovem competidor recebe um projeto e tem uma determinada quantidade de horas para desenvolver o desafio, da melhor forma possível. É colocada em cheque a habilidade técnica dos participantes, cada um dentro da sua modalidade. Geralmente, o projeto de construção desafiador é inspirado em algum ponto turístico do país/cidade sede da WorldSkills, com três módulos.

São 56 modalidades técnicas que exigem adequação aos padrões mundiais. Segundo o gestor do projeto Brasil Kazan 2019, José Luiz Gonçalves Leitão os jovens devem ter conhecimentos sobre desenvolvimento e desenho técnicos, metodologia, medidas, interpretação de desenho, acabamento de produto e também sobre processos. “É um jogo de tempo. Cada uma das habilidades é trabalhada exaustivamente dentro dos padrões e eles são submetidos a vários testes, exercícios, durante esse período”, destaca. 

A preparação dos participantes será realizada nos centros de treinamento do SENAI localizados em Brasília; Belém, no Pará e Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, além de Joinville, em Santa Catarina e Belo Horizonte, em Minas Gerais. 

A cada edição da WorldSkills, o Brasil participa com um número maior de competidores e melhora sua classificação no quadro de medalhas. Em 18 participações, o país já acumulou 136 medalhas. A melhor participação brasileira na história do campeonato foi em São Paulo, em 2015. Com 27 medalhas, o Brasil foi o primeiro do ranking de países. 

Crédito: Ítalo Novais/Agência do Rádio Mais
 

 

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