SAÚDE: Critério para diagnóstico de microcefalia é alterado em Pernambuco

Até o momento, dos 646 casos registrados no estado, apenas 211 atendem ao novo critério de diagnóstico

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REPÓRTER: Os critérios para a definição de casos de microcefalia foram alterados em Pernambuco. A decisão, que já está vigor, foi tomada pela secretaria estadual de saúde e reduz de 33 para 32 centímetros o perímetro cefálico do bebê considerado portador da má-formação.  
 
O médico infectologista da diretoria de vigilância epidemiológica do Distrito Federal, Dalci Albuquerque Filho, afirma que os novos critérios vão reduzir o número de casos suspeitos da doença. No entanto, para ele, a medida torna o diagnóstico da microcefalia mais preciso.
 
SONORA: Dalci Albuquerque Filho, médico infectologista

“Olha isso é uma definição técnica, isso é o que nós chamamos de definição de caso. Então certamente a secretária de saúde avaliou que com 32 você, talvez, até reduz o número, porém a definição de caso fica mais objetiva para detectar os casos. “
 
REPÓRTER: O Estado de Pernambuco lidera as estatísticas de números de casos de microcefalia. Até o final de novembro 1.248 pacientes foram registrados no País, destes, 646 eram de Pernambuco.
A microcefalia é uma condição rara em que a cabeça e o cérebro do bebê apresentam tamanho menor do que o normal, o que acaba influenciando o desenvolvimento mental da criança. A doença pode ser diagnósticada ainda na gravidez, os médicos, através da ultrassonografia, conseguem medir o crânio do feto e perceber se ele está menor do que o esperado.
O médico, Pedro Luiz Tauil, mestre em medicina preventiva e professor da Universidade de Brasília, afirma que o aumento no número de casos de crianças diagnosticadas com microcefalia em Pernambuco e em todo o país, está relacionado com a epidemia do Zika vírus.
 
SONORA: Pedro Luiz Tauil, médico mestre em medicina preventiva
 
“É o problema da incidência da incidência de zika vírus na gravidez, levando a quadros da redução do desenvolvimento cerebral dos fetos e como conseqüência uma microcefalia”
 
REPÓRTER: A gravidez de uma mulher infectada pelo Zika vírus não é considerada de risco e, mesmo caso seja identificada a microcefalia do feto, a gestante não corre risco.
Não existem formas para reverter a microcefalia, no entanto, é possível melhorar o desenvolvimento e a qualidade de vida da criança com o acompanhamento por profissionais como fisioterapeutas, fonoaudiólogos e terapeutas ocupacionais.

 

Reportagem, João Paulo Machado

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