LOC.: Você confia totalmente na procedência dos medicamentos fornecidos no Brasil? Bom, assim como outras pessoas, o servidor público de 41 anos, Hebert Rezende, que mora Distrito Federal, não tem essa confiança. Ele explica o porquê.
TEC./SONORA: Hebert Resende, servidor público
“Já usei remédios que não produziram efeitos. E outras pessoas que conheço também já me falaram sobre fabricantes que não são confiáveis.”
LOC.: Ter esse “pé atrás” não é à toa, já que existem riscos de que os remédios sejam falsificados. É por isso que, no país, funciona o Sistema Nacional de Controle de Medicamentos, que permite o rastreamento de toda a cadeia produtiva dos remédios.
O farmacêutico e ex-presidente do Conselho Nacional de Saúde, Francisco Júnior, explica que apesar de combater essa prática criminosa, o Sistema ainda encontra pontos fracos que precisam ser aperfeiçoados.
TEC./SONORA: Francisco Jr. farmacêutico
“Trata do controle de qualidade dos medicamentos, da fiscalização. E ele engloba rastreabilidade. E um dos graves problemas que existem no Brasil é o roubo de cargas. No momento que o medicamento é roubado, nós não temos mais nenhuma condição de garantir esse medicamento vai fazer o efeito junto ao usuário, que ele deveria fazer.”
LOC.: O deputado Federal Dr. Sinval Malheiros, do Podemos paulista, foi relator, na Câmara, do Projeto de Lei que instituiu o Sistema Nacional de Controle de Medicamentos. Para o parlamentar, discutir essa questão é fundamental para tornar o combate à falsificação de remédios cada vez mais eficiente.
TEC./SONORA: Dr. Sinval Malheiros, deputado Federal (PODEMOS-SP)
“Esse assunto é fundamental para o país. Já existe documentado uma série de troca de medicamentos, roubo de medicamentos. Pílula anticoncepcional com farinha, que as mulheres engravidavam. Antibiótico de penicilina feito com outros medicamentos que não tinham a penicilina. Então está na hora de isso ser resolvido.”
LOC.: De acordo com a Associação da Indústria Farmacêutica de Pesquisa, a falta de comunicação sobre a circulação dos produtos por parte dos agentes que compõem a cadeia de comercialização de medicamentos é considerada infração sanitária.
Com informações da Rádio Câmara, reportagem, Marquezan Araújo
