RJ: Aluno do SENAI Campos briga por vaga na delegação brasileira da WorldSkills


Ralph de Souza Crespo pode competir na modalidade de Soldagem com alunos de mais de 60 países

 

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Arquivo pessoal

 

Por Camila Costa

Depois de vencer etapas escolares, estaduais e nacionais, o aluno do SENAI Campos Ralph de Souza Crespo, 21 anos, se prepara para a última etapa antes da maior competição já enfrentada por ele até hoje, a WorldSkills. Ralph está entre os alunos do SENAI finalistas por uma vaga no desafio, que ocorrerá entre os dias 22 e 27 de agosto, na Rússia. O jovem defenderá a modalidade de Soldagem.

A WorldSkills reúne os melhores alunos de mais de 60 países. A disputa é por medalhas em modalidades que correspondem às profissões técnicas da indústria e do setor de serviço, dentro de padrões internacionais de qualidade.

Organizada pela WorldSkills International – entidade que trabalha há mais de 65 anos para o desenvolvimento e a excelência das ocupações técnicas, a competição terá jovens qualificados de países e regiões das Américas, Europa, Ásia, África e Pacífico Sul. A delegação brasileira ainda aguarda a seleção de seis competidores do Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac), totalizando 63 integrantes na equipe do Brasil.

Ralph é de Campos dos Goytacazes. No município do Norte Fluminense, Ralph fez o ensino regular e, por incentivo da irmã e de um primo, se inscreveu para um curso de aprendizagem de soldador de tubulação, no SENAI. Foi destaque na turma e selecionado para participar das etapas que o levariam até a WorldSkills.

“Fiz minha inscrição, consegui passar e sempre dei meu máximo para estar conseguindo atingir os melhores resultados e, com isso, consegui me destacar na turma para participar da Olimpíada do Conhecimento. Não sabia como era o processo, nunca tinha ouvido falar, mas depois que comecei o curso, me fizeram convite, vi que era uma grande oportunidade de mudar minha vida”, pondera o jovem.

E daí em diante os treinamentos não pararam mais. Dia atrás de dia dando duro para alcançar os melhores resultados. A recompensa chegou junto com a medalha de ouro, conquistada na etapa nacional, que deu a Ralph o passaporte para tentar a vaga na WorldSkills. “Desde esse momento foi quando tive um foco maior, com esse objetivo de representar nosso país em um mundial e chegar ao mais longe possível”, comenta.

Agora, a um passo do mundial, o clima é de tensão. Ralph e os outros competidores estão em Brasília desde o dia 14 de janeiro para um intensivo de treinamento antes da viagem para a Rússia. “Bem apreensivo, ansioso, vou continuar dando meu máximo para melhorar a cada dia e poder representar da melhor maneira nosso país no mundial e poder trazer mais uma medalha para nós”, completa.

Estudos mostram que a educação profissional impacta positivamente a vida de milhões de jovens no Brasil. Em 2017, cerca de 80% dos estudantes que concluíram cursos técnicos no ano passado foram inseridos no mercado de trabalho já no primeiro ano.

De acordo com levantamento do SENAI, o curso técnico é o caminho mais rápido para a inserção qualificada do jovem no mundo do trabalho e também uma opção para o trabalhador desempregado em busca de recolocação no mercado. O salário de um profissional técnico varia entre R$ 8,5 mil e R$ 12 mil.

Para o diretor-geral do SENAI, Rafael Lucchesi, o país tem potencial em educação profissional. “O Brasil tem sido representado pelo SENAI e pelo Senac, que tem as ocupações mais da área do comércio e serviços, e o Brasil fica sempre entre os primeiros colocados”, afirma.

Competição

Cada jovem competidor recebe um projeto e tem uma determinada quantidade de horas para desenvolver o desafio, da melhor forma possível. É colocado em xeque a habilidade técnica dos participantes, cada um dentro da sua modalidade. Geralmente, o projeto de construção desafiador é inspirado em algum ponto turístico do país/cidade sede da WorldSkills, com três módulos.
A cada edição da WorldSkills, o Brasil participa com um número maior de competidores e melhora sua classificação no quadro de medalhas. Em 18 participações, o país já acumulou 136 medalhas. A melhor participação brasileira na história do campeonato foi em São Paulo, em 2015. Com 27 medalhas, o Brasil foi o primeiro do ranking de países.

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