RIO DE JANEIRO (RJ): Ativistas se unem na luta contra a Tuberculose

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LOC: O Ministério da Saúde anunciou o Plano Nacional pelo Fim da Tuberculose. O objetivo é reduzir 90% da incidência da doença no Brasil até 2035. O Rio de Janeiro lidera o número de pacientes com Tuberculose entre os municípios brasileiros. Foram registrados 5.472 casos em 2016. Os dados colocam as autoridades em estado de atenção e desperta a sensibilidade de ativistas que se organizam em grupos de apoio aos pacientes e familiares. Uma delas é o Fórum TB, que surgiu em 2003 com o objetivo de informar sobre a doença, quando muitos achavam que ela já estava extinta. É o que conta o psicólogo fundador do Fórum, Roberto Pereira.

 

TEC/SONORA: Roberto Pereira, psicólogo fundador do Fórum TB.

 “Nossa intenção não é fazer o papel do profissional da saúde, do gestor da saúde. Nossa proposta é de estar somando esforços. Então, aquela liderança comunitária que desenvolve uma ação na sua comunidade, ela chega a locais onde o profissional de saúde não consegue chegar. Ela tem uma escuta diferenciada. Isso faz uma diferença fundamental para quem está ali dentro da comunidade, porque aquela fala médica, nem sempre, atinge o entendimento daquela pessoa.”

 

LOC: A partir do Fórum TB, surgiu a Semana Municipal de Combate à Tuberculose, no Rio de Janeiro, entre o dia primeiro e sete de agosto. Trata-se de um período de conscientização sobre a doença e ações junto à imprensa, sociedade civil e governos. Sintomas como tosse, que dura mais de três semanas, febre ao fim do dia, perda de peso e falta de apetite devem ser investigados. A transmissão só ocorre por meio da tosse, espirro ou fala. O diagnóstico e o tratamento da Tuberculose são oferecidos gratuitamente pelo SUS. Com duração de, no mínimo, seis meses, o tratamento não pode ser interrompido. Após 15 dias de medicação, o doente deixa de ser transmissor do bacilo. A gerente de pneumologia sanitária da Secretaria de Saúde do Estado do Rio de Janeiro, Ana Alice Pereira, explica que medidas como isolar o paciente não são necessárias e que ele deve ser acolhido e receber apoio.

 

TEC/SONORA: Ana Alice Pereira, pneumologia sanitária da Secretaria de Saúde do Estado do Rio de Janeiro.

 “Se o paciente se sente acolhido, ele, naturalmente, vai ter um local para ele. Ele vai considerar que ele tem que ir lá e ouvir: ‘que que vão me dizer?’. Ele vê aquilo como uma porta aberta. 90% das pessoas até se infectam com o bacilo, mas o próprio organismo tem as suas defesas. O organismo reage, então ele não adoece. Só 10% das pessoas vêm a adoecer.”

 

LOC: A Rocinha é um dos maiores focos da Tuberculose na América Latina, com 372 casos a cada 100 mil habitantes. Lá foi fundado o Grupo de Apoio a Ex-Pacientes, Pacientes e Amigos do Combate à Tuberculose, coordenado pela agente comunitária Rita Smith, 54 anos. Moradora da comunidade e ex-usuária de drogas, Rita perdeu a mãe para a doença no início dos anos 1980 e ela mesma foi contaminada duas vezes. Da primeira vez, em 1989, com apenas 27 anos ela abandonou o tratamento. Sozinha, sem família ou amigos, achou que era preciso escolher entre trabalhar e se tratar. Dez anos depois, a doença voltou, mas foi diferente. Rita Smith conta que teve o apoio de uma assistente social para seguir o tratamento e, assim como mudaram sua história, decidiu transformar a vida de outros pacientes.

 

TEC/SONORA: Rita Smith, agente comunitária.

 “O que eu peço é que as pessoas que têm Tuberculose, seja ela qual for, não desistam. Porque quando você desiste de um tratamento, é porque você desistiu de viver. A Tuberculose mata. Não desista de você. Porque a gente está tentando, tentando melhorar para que dê condições dessa pessoa fazer o tratamento até o final. E a gente não vai desistir.”

 

 

LOC: Com o grupo de apoio, Rita realiza diversos eventos na Rocinha. Uma delas é o Cine Pipoca, que, além de exibir filmes para a população, realiza intervenções com alertas sobre a doença. A Tuberculose tem cura. Fique atento aos sintomas e procure uma unidade de saúde. Para mais informações, acesse saude.gov.br. 

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